Polícias de Santarém arriscam a vida para salvar homem de fogo em prédio
Agentes dizem que tinham de agir e não podiam ficar apenas a regular o trânsito
Os agentes da PSP de Santarém, Hélder Moringa e Mário Figueiredo, estavam a fazer patrulha na cidade, no dia 8 de Agosto, quando perto das 18h00 receberam o alerta de um incêndio num prédio na Rua Adelaide Félix, perto da Escola Secundária Ginestal Machado. O que parecia uma missão de rotina para controlar o acesso das pessoas e o trânsito, acabou por se revelar mais complicada com os agentes a terem de intervir. Logo após verificaram que um dos inquilinos já estava no exterior do prédio mas outro, de 55 anos, tentava salvar alguns dos seus bens e teimava em querer combater as chamas sozinho, quando a casa já estava tomada pelo fumo intenso. “Rapidamente entrámos no prédio e dirigimo-nos ao apartamento onde estava o senhor”, explica Hélder Moringa.
Mas a operação não foi fácil. “Subimos as escadas com bastante dificuldade por causa do fumo, não víamos nada e tivemos que ir apalpando até chegar à porta do apartamento que estava aberta. Enquanto subíamos íamos gritando a perguntar se estava ali alguém”, conta. Quando chegaram à entrada da casa o agente Hélder viu um vulto e foi quando agarrou o homem para tentar tirá-lo dali, que resistia em sair na ânsia de salvar os seus bens. “Fomos puxando o homem até chegarmos cá abaixo”.
Os polícias tomaram as devidas precauções de segurança mas naquele momento agiram “um pouco por instinto colocando a nossa segurança em risco mas isso faz parte do dia-a-dia”, conta o agente Mário Figueiredo. “Segundo os bombeiros, que são os entendidos na matéria, explicaram que se o homem lá continuasse mais dois ou três minutos eventualmente teria morrido. Tínhamos que fazer alguma coisa, era uma vida humana que estava em causa e não podíamos ficar só ali a regular o trânsito”, contam.
O experiente agente Hélder Moringa decidiu ingressar na Polícia de Segurança Pública para ajudar a população. Já Mário Figueiredo decidiu ir para a polícia porque sempre teve vontade de servir a nação e o povo português. O jovem polícia, que foi também militar do Exercito Português, explica que quando acontecem estas situações “fazem-nos pensar que afinal fizemos a escolha certa”.