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População inunda Bombeiros de Benavente com garrafas de água

População inunda Bombeiros de Benavente com garrafas de água

Chegou a faltar água nos supermercados do concelho e o quartel tem os armazéns cheios

Os Bombeiros de Benavente estão inundados de garrafas e garrafões de água que quase dão para matar a sede a toda a população durante dias. Os armazéns do quartel estão cheios e não param de aparecer pessoas a dar água, depois de um bombeiro ter lançado a ideia de nomear três pessoas na rede social Facebook para levarem garrafas de água ao quartel. Os bombeiros ficaram surpreendidos com a onda solidária que se gerou.
José Pirralha é um dos nomeados nesta onda e entrega no quartel seis garrafas de litro e meio de água. Não é a primeira vez que este habitante ajuda os bombeiros. O bombeiro Miguel Fidalgo lembrou-se, na quarta-feira, 10 de Agosto, de nomear três amigos para virem entregar bens alimentares ao quartel e dessa forma levar a que esses nomeados nomeassem também outras três pessoas. O desafio espalhou-se de tal forma que no espaço de pouco mais de 24 horas, os Bombeiros de Benavente receberam mais de 10 mil garrafas de água e encheram uma sala cheia de alimentos, desde leite, bolachas e massas.
“Já tínhamos começado com esta campanha em Julho, na época mais complicada dos incêndios. Procurávamos criar rações de combate, para quando nos deslocamos ao norte do país os bombeiros terem alguns mantimentos para usar em situações de emergência. Não estávamos preocupados em reforçar a campanha, mas o Miguel numa noite teve essa ideia e de repente foi ver pessoas a chegar a toda a hora com entregas para nós”, afirma Daniel Manuel, presidente da corporação.
A febre de ajudar foi tanta que as águas esgotaram nos supermercados de Benavente e em Samora Correia, freguesia do concelho e as superfícies comerciais tiveram depois de racionar a quantidade de venda de água por pessoa. “Queremos tentar aproveitar isto ao máximo e não deixar morrer esta chama, apesar de considerar que pode parar quando este flagelo dos incêndios terminar, pois o que está aqui em causa não é os bombeiros mas sim os cidadãos. Quando se fala que os bombeiros precisam de um carro ou ambulância na verdade são os cidadãos, pois é a eles que prestamos serviço”, indica Daniel.

Comentário
Coragem política

O presidente da Câmara de Almeirim e dos bombeiros voluntários da cidade teve a coragem política de falar sobre as ondas de solidariedade que se têm multiplicado neste Verão, com donativos de água e de alimentos aos bombeiros. Pedro Ribeiro, enquanto presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, conhece bem a realidade das corporações da região e sabe bem que não é água e alimentos que, por si só, resolvem as necessidades de quem trabalha todo o ano. E quando todos estão na onda, a chamada à realidade é polémica. As ondas de solidariedade demonstram o apreço do povo pelo trabalho dos bombeiros mas, como em tudo na vida, quando passa o problema as pessoas esquecem rápido. Durante o ano os bombeiros precisam da solidariedade para situações bem mais prementes, como equipamentos (dispendiosos) de protecção individual dos operacionais. Há quartéis inundados de garrafas de água e gente solidária que aproveita o pretexto da dádiva para se mostrar em fotografias tiradas nos quartéis. As redes sociais na internet são bons veículos de acções solidárias e o que se espera é que em outras épocas do ano, sem os fogos à frente dos olhos, as pessoas se mobilizem para contribuírem para o apetrechamento das associações de voluntários, que cada vez mais têm uma forte estrutura profissional.
António Palmeiro
Director Editorial

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