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Clube de Vila Nova da Rainha está sem presidente e vive tempos difíceis

Clube de Vila Nova da Rainha está sem presidente e vive tempos difíceis

Crise reflectiu-se na actividade, tendo acabado o futebol de formação. O último presidente esteve apenas 11 dias no cargo e renunciou alegando falta de capacidade para gerir a União Desporto e Recreio.

Antes do Verão a União Desporto e Recreio (UDR), de Vila Nova da Rainha, era o maior projecto desportivo do concelho de Azambuja, com uma forte secção de taekwondo e todos os escalões de futebol de formação de futebol, à excepção dos juniores, em competição. Mas a saída do então presidente Rui Costa abriu enormes brechas no clube. Carlos Nabais assumiu a presidência em Setembro, mas apenas 11 dias depois demitiu-se alegando “falta de capacidade” para gerir a colectividade.
Agora é uma comissão administrativa que dirige a UDR. Em três meses o clube viu sair dois presidentes e perdeu toda a escola de formação de futebol. Entretanto os órgãos sociais procuram encontrar alguém com coragem e capacidade para assumir a presidência do único clube com escalão sénior a representar Azambuja no futebol distrital.
Carlos Nabais é protagonista do facto insólito de ter estado apenas 11 dias na presidência da direcção, 16 a 26 de Setembro. A O MIRANTE explicou porquê. “Não faço milagres. O clube não tem dinheiro, não tem escola de formação e eu não me acho capaz de ajudar o UD Recreio nestas condições”, justificou, assumindo desconhecimento da realidade do clube, apesar de ter estado dois anos à frente da assembleia geral.
Em conversa com O MIRANTE, o anterior presidente, Rui Costa, afirma que para se dirigir uma associação é preciso tempo e dedicação, mas também esclarece que no clube começaram a existir “conversas de corredor” que assustaram potenciais candidatos.
“Para se estar à frente de uma colectividade é preciso tirar tempo pessoal e profissional. Quando me afastei foi o descalabro, já ninguém percebia nada, não sabiam onde estavam as pastas, colocavam em causa o que foi feito e o que não foi feito nos últimos seis anos. O problema foi não aparecerem listas quando saí. Ao ser criticado as pessoas ficaram com medo e assumiram que o mesmo ia acontecer quando assumissem a presidência. Há que aparecer uma pessoa com um projecto, senão andam ali as chamadas comissões administrativas, que eu chamo de gestão em part-time”, afirma.

Escalões jovens vítimas da crise
Uma dessas comissões geriu o clube entre a saída de Rui Costa e a chegada de Carlos Nabais. Vando Sanó, capitão da equipa sénior de futebol e director desportivo, em conjunto com Pedro Marques, secretário da assembleia geral, formaram a comissão, mas como Vando diz era impossível fazerem tudo sozinhos. “As pessoas da terra que pensávamos que iam assumir a presidência não o fizeram. Na assembleia ninguém assumia, então, para o clube não acabar, tentámos fazer qualquer coisa”, afirma.
Vando ficou responsável por arranjar uma equipa para o escalão sénior, já consciente que a formação ia cair, enquanto Pedro Marques tratou das questões administrativas.
Contudo Rui Costa diz que houve situações caricatas que acabaram por prejudicar o clube. “Desde 11 de Julho até meados de Setembro não se fez nada, só se montou a estrutura do futebol sénior. Não se pagou a água, optou-se por mudar óleo às carrinhas sem verificar se já tinha havido manutenção. Estiveram dois meses sem receitas a gastar luz e gás”, afirma o ex-dirigente.
Além destes pormenores, houve também falta de organização. O clube não suspendeu a inscrição dos escalões jovens e quando se apercebeu já os iniciados e juvenis tinham ido a sorteio. Quanto aos seniores a comissão enganou-se a olhar para o calendário e não foram feitas as inscrições dos atletas, o que implicou multas e taxas de urgência da AF Lisboa e o adiamento da 1ª jornada do campeonato.
Em Setembro Carlos Nabais chegou-se à frente, após insistência dos sócios, mas, segundo Vando, nunca houve vontade dele em ser presidente. “Quando fomos convidados para a lista do Carlos houve um acordo de cavalheiros para ajudá-lo no cargo, mas ele sentiu que não houve esse apoio e saiu. Desconheço se houve esse apoio, o que sei é que ele não tinha vontade em assumir o cargo”, aponta.
Neste momento há nova comissão administrativa, com todos os membros dos órgãos sociais da direcção de Rui Costa, com excepção deste.

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