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Professor de Almeirim gosta de testar os próprios limites

Professor de Almeirim gosta de testar os próprios limites

Pedro Bento quer completar as dez provas de BTT mais duras do Mundo. Quatro das missões já estão cumpridas. A próxima é no início de Novembro no longínquo Nepal.

Pedro Bento, 37 anos, professor de educação física em Almeirim, tem um objectivo bem definido para os tempos mais próximos: “Fazer as dez provas de BTT mais duras do Mundo segundo as revistas da especialidade”. Já conseguiu completar quatro. A primeira foi na Costa Rica, depois no Canadá, a terceira em Itália e a quarta já este ano no Chile, onde obteve o 7º lugar no seu escalão e foi 32º na geral. “Em 350 atletas foi bastante bom”, refere.
A quinta batalha começa no dia 3 de Novembro no Nepal. Pedro vai participar na Yak Attack, uma prova naquele país asiático com 400 quilómetros, dividida por dez dias e onde a altitude máxima chega aos 5416 metros - “ a partir daí só os alpinistas sobem mais”, diz. A organização desta prova só permite 50 inscrições e Pedro Bento faz parte dos que vão participar.
Questionado sobre se a família não fica preocupada quando participa nestas duras provas, Pedro responde: “Claro que fica um pouco ansiosa mas eu nem me lembro deles quando estou em prova. Só falamos quando há uma vaga no computador da organização que é o único que está ligado à internet”.
Pedro Bento começou a participar em provas aos 18 anos e a partir daí nunca mais largou a bicicleta. Já participou em centenas de provas em todo o país e quis ir mais longe e testar os seus próprios limites. A prova do Nepal é das mais duras que já enfrentou e a preparação tem sido feita na região e também na Serra da Estrela para simular as subidas. “Vou sozinho aos fins-de-semana. Para simular a neve faço quilómetros e mais quilómetros com a bicicleta às costas na areia do Tejo no Patacão, em Alpiarça”, explica.
Também faz parte da preparação as noites passadas numa tenda que simula a altitude até aos 3900 metros. “Tenho um amigo que me faz um plano de treino que cumpro, porque se fosse eu a treinar-me a mim próprio acabava por facilitar”, conta.
Esta aventura começou em 2007 e não tem um prazo para terminar porque não participa em provas todos os anos. “Posso dizer que gasto em média cerca de 4 mil euros para participar em provas destas”.
A prova onde Pedro teve mais dificuldade foi em Itália, mas nunca desistiu. “Logo na segunda etapa passei muito mal. Entrei em hipotermia aos 3200 metros de altitude, estava a nevar, depois, a partir dos 40 quilómetros, deixei de conseguir comer quando ainda faltavam mais 100 quilómetros para terminar a etapa”, conta. Mas conseguiu terminar, motivando a surpresa de uma médica italiana que o havia examinado durante a prova. “Disse-me que nunca pensou que eu conseguisse terminar a prova e eu respondi-lhe que era português e os portugueses não deixam nada por terminar”.

Professor de Almeirim gosta de testar os próprios limites

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