Abaixo-assinado exige renúncia de autarcas de Alverca pagos para trabalhar a meio tempo
Está a circular na cidade de Alverca um abaixo-assinado exigindo “a renúncia célere e definitiva” de José Silva Dias e José Manuel Pascoalinho dos cargos que ocupam no executivo da junta, depois de terem sido colocados a meio-tempo pelo presidente, Afonso Costa (PS), a ganhar 953,79 euros mensais.
O documento é alegadamente promovido por um funcionário da junta e está a ser distribuído em cafés e associações, considerando no seu texto ser “vergonhoso” que “uma junta que mal consegue pagar fardamentos novos aos trabalhadores” possa despender o que diz ser “uma soma astronómica” para pagar a dois eleitos para “trabalharem durante meio dia”.
Quando O MIRANTE contactou com o documento este já continha perto de uma centena de assinaturas. Também nas redes sociais a contratação a meio tempo dos dois eleitos tem gerado controvérsia, por muitos moradores e trabalhadores da junta não compreenderem a pertinência da decisão. Nenhum dos dois eleitos está a ser beneficiado ou a ganhar acima do que prevê a lei para uma freguesia com a quantidade de eleitores que tem Alverca e a legalidade da decisão foi também atestada pela assembleia de freguesia.
O MIRANTE contactou os dois eleitos sobre este assunto mas nenhum respondeu. Quisemos saber como olhavam para as reacções vindas de vários trabalhadores da junta, moradores e eleitos de freguesia às suas contratações.
Os dois políticos vão ter nos seus pelouros matérias ligadas às obras em espaços públicos, sinalização, segurança e mobilidade, cemitério, zonas verdes e higiene urbana e pequenas reparações.
Afonso Costa justificou recentemente a atribuição do meio-tempo aos dois eleitos com a necessidade de uma melhor e mais célere resposta aos problemas da freguesia. “Isto é uma responsabilidade acrescida para este executivo, que assim aumenta o seu compromisso para com a população, rapidez e eficácia na resposta aos problemas da sua freguesia”, explicou Afonso Costa.