Desfile académico em Santarém ia acabando mal
Estudantes do Politécnico quiseram forçar ocupação do Largo do Seminário, que se encontra em obras, e foram barrados pela PSP. Após negociações, e para serenar os ânimos, acabou por ser permitido o acesso à praça.
O desfile académico de caloiros em Santarém ocupou no dia 26 de Outubro o emblemático Largo do Seminário, apesar da Câmara de Santarém não ter licenciado a actividade nesse espaço por se encontrar em obras. A situação gerou momentos de tensão, tendo a autarquia justificado a decisão com as obras no local e questões de segurança.
Em comunicado, a Câmara de Santarém explica ter consignado no dia 3 de Outubro a empreitada de reparação do piso da Praça Sá da Bandeira (Largo do Seminário) e lembrou que, “nos termos da Lei, durante o referido período de execução dos trabalhos”, a autarquia está “impossibilitada de autorizar qualquer tipo de acções programadas para este local, sob pena de perder todas as garantias sobre as obras em curso”.
Os estudantes do Instituto Politécnico de Santarém (IPS) terminaram, no entanto, o desfile do caloiro nas escadarias do Largo do Seminário, como tem sido habitual noutros anos, apesar de a PSP ter bloqueado o acesso dos estudantes àquela praça da cidade.
Em declarações à Lusa, a vereadora da Educação, Inês Barroso, disse que, “uma vez que estavam salvaguardadas as condições de segurança” e “para serenar os ânimos”, as partes envolvidas - polícia, câmara e associações de estudantes - acabaram por acordar em permitir o acesso dos jovens ao espaço, “de forma controlada e ordeira”.
A vereadora lembrou que o problema está relacionado com as obras que estão a decorrer no local e que esta situação foi “devidamente explicada” aos organizadores do desfile, que “começaram a tratar do licenciamento da actividade apenas na quinta-feira” (20 de Outubro), e com um primeiro mail que só solicitava a colocação de pontos de luz.
“Como alternativa, propusemos que o desfile terminasse no Jardim da Liberdade, mas muitos deles não aceitaram e decidiram dirigir-se para o Largo do Seminário”, observou, lamentando a “intransigência” de alguns dos representantes da organização.
Gonçalo Costa, um dos elementos da organização, disse à Lusa que “tudo se deveu a um défice de diálogo, porque a escola não avisou atempadamente a autarquia”. O estudante classificou o episódio como “desagradável”, mas destacou que tudo acabou bem.