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Grifo querem ganhar asas para voar no mundo da música
Irreverência. Os Grifo têm sido uma banda em ascenção no concelho

Grifo querem ganhar asas para voar no mundo da música

Banda de Vila Franca de Xira ficou em segundo lugar no concurso Riffest e acabou de lançar o seu primeiro disco.

O grifo é um animal mitológico originário do Médio Oriente com cabeça e asas de águia e corpo de leão, mas em Vila Franca de Xira dá nome a uma banda constituída por quatro jovens com influências musicais diversas que procuram ganhar nome no mundo da música.Os Grifo participaram no concurso Riffest 2016, em que ficaram em segundo lugar, e essa foi considerada mais uma etapa para ganhar experiência enquanto não se proporcionam voos mais altos.
O grupo é constituído com Andrea Verdugo na voz, Cristiano Pereira nas teclas e pelos primos João e Ricardo Serra na guitarra e bateria, respectivamente. “O nosso estilo é um pop-rock funk em português com influências do rock progressivo. Somos os quatro muito diferentes e acabamos por colidir numa fusão de vários estilos musicais”, diz Andrea, residente em Alhandra. O baterista é mais apreciador de Metal Rock, enquanto Cristiano trabalha mais com música ligeira portuguesa, tipo pimba. O soul vem de Andrea, enquanto a guitarra de João recebe influências de Foo Fighters ou Red Hot Chilli Pepers.
Apesar dos vários estilos diferentes, há algo com que todos concordam: cantar em português. “Os artistas lusos que estão agora na berra são HMB, Agir, Diogo Piçarra, Amor Electro, e eles cantam todos em português. Os únicos com sucesso a cantar em inglês são os Black Mamba mas a música deles com maior sucesso é em português”.
O EP que acabaram de lançar, chamado “Fugaz”, é cantado em português e, segundo a vocalista, teve base na geração Orpheu. A banda está junta há quase quatro anos, mas só há dois é que começaram a compor. Um passo dado com a entrada para o grupo de João Serra, que substituiu Faria. “Eles já sentiam essa vontade de compor e eu impulsionei. As minhas ideias iam ao encontro das deles”, lembra o guitarrista.
A banda começou a tocar por brincadeira, primeiro em duo com Faria e Andrea. Com a vontade de colocar percussão nas músicas, Ricardo foi convidado, pois costumava frequentar um bar onde Faria trabalhava. “Ao início nem havia bateria, era um djambé. O primeiro concerto que fiz com esta banda foi com djambé e não bateria. Semana e meia depois apareceu o Cristiano. Foi tudo muito rápido”, assume Ricardo.
Apesar de já estarem juntos há algum tempo esta ‘geringonça’ musical ainda está no início. Entre 300 bandas os Grifo foram um dos oito finalistas da EDP Live Bands de 2015. A crítica considerou que tinham uma música muito complexa e desde então o grupo tem vindo a limpar e decompor as próprias músicas para que sejam mais claras e objectivas, tanto na letra como no instrumental.
“Tínhamos músicas com dois solos e uma entrada gigante, havia bom conteúdo mas era muito complexo. Procuramos encontrar o equilíbrio, saber o que nos distingue mas de forma a que nos oiçam. No mercado comercial há certas regras e por vezes as coisas não podem ser só como queremos”, diz Andrea de 24 anos.
É esta vontade de sair do repertório de garagem para a melodia das rádios que faz a banda sobressair em relação a outras do concelho. “Somos muito teimosos e não desistimos. Existem umas quantas bandas na zona, que têm valor e talento, conhecemos algumas, mas muitas delas escondem-se e não participam, acabam por desistir logo ao início”, referem ao dar o exemplo de serem os únicos do concelho a participar no Riffest 2016.

Trabalho e estudos porque a vida não é só música
Enquanto não chegam ao estrelato, vão-se concentrando também no trabalho e nos estudos. João está no mestrado de Educação Artística após terminar o curso em Belas Artes. Andrea estuda cinemagrafia e trabalha num ateliê de cinema de animação e de momento é uma das finalistas do programa ‘The Voice’. Cristiano e Ricardo trabalham na mesma empresa. Cristiano como técnico de electrónica e Ricardo, apesar do curso de multimédia, como operador de armazém.
“Percebi que trabalhar em multimédia só fora do país e aí não podia continuar neste projecto. Estou na empresa até a banda ganhar asas, é a minha prioridade. Os meus pais tiveram alguma dificuldade em aceitar que queria seguir na música. O ‘isto não paga contas’ é uma frase que ouvi muitas vezes”, diz Ricardo.

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