Câmara de Coruche paga meio milhão para avançar com parque empresarial
Parque Empresarial do Sorraia vai obrigar o município a desafectar do perímetro de rega uma área envolvente ao terreno onde pretende construir esse parque. Presidente da câmara diz que os terrenos foram demarcados erradamente e pretende ser ressarcido das taxas que vai pagar agora.
O Município de Coruche vai avançar com a construção do Parque Empresarial do Sorraia mas vai ter que pagar à Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) uma taxa no valor de 521 mil euros para desafectar do perímetro de rega uma área envolvente ao terreno onde pretende construir esse parque.
O presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira (PS), discorda da DGADR e entende que “os terrenos foram erradamente demarcados como estando dentro do perímetro e se está errado não temos de pagar nenhuma taxa”, afirma a
O MIRANTE, acrescentando que “a obra de rega do Vale do Sorraia nunca regou esta zona de terreno”.
Trata-se de um parque empresarial com 47 hectares mas só 29 estão, de acordo com a DGADR, dentro desse perímetro. O autarca diz que já foi solicitada por várias vezes à direcção a revisão desse documento mas não foi dada razão ao município. “Assim não resta outra alternativa senão fazer o pagamento dos 521 mil euros e colocar a DGADR em tribunal no sentido de obtermos razão e sermos ressarcidos do meio milhão de euros”, afirma Francisco Oliveira. “Está tudo pronto só estamos presos por isto e não podemos debater mais esta questão para não comprometer aquilo que é o desenvolvimento do concelho”, acrescenta.
Existem empresários que se querem instalar no concelho e estão “de certa forma a pressionar” a câmara para poderem iniciar os seus processos, alega Francisco Oliveira. “Não vemos outra forma de acelerar o processo que não seja pagar e depois reclamar”. O presidente diz que o problema já atravessou dois governos e “o poder político não tem tido poder para resolver este diferendo”.