Vila Franca de Xira quer voos executivos a aterrar nas pistas de Alverca
Objectivo passa por aproveitar potencialidades do cluster aeronáutico. Presidente do município garante que a concretizar-se a mudança o país e a região de Lisboa sairiam beneficiados.
Os autarcas de Vila Franca de Xira exigem que o processo de escolhas complementares ao aeroporto da Portela tenha em vista as potencialidades do cluster aeronáutico de Alverca, no que diz respeito, por exemplo, à captação de voos executivos do aeroporto da capital e à instalação das oficinas da transportadora aérea portuguesa (TAP).
Numa moção aprovada por unanimidade na última assembleia municipal, os eleitos exigem que o governo tenha em atenção as diferentes vantagens e desvantagens de cada localização em cima da mesa - onde, além de Alverca, está Montijo e Sintra - e que sejam tidas em conta as potencialidades do cluster aeronáutico alverquense, não apenas nos voos executivos como também na “procura de manutenção de aeronaves”, com “vantagens para todos”, país e região.
O documento, apresentado pelo socialista António Galamba, refere que a memória e o desenvolvimento de Alverca estão associados directamente à indústria aeronáutica, estando já instaladas na cidade várias associações e empresas ligadas à aviação. A proposta defende “o aproveitamento pleno das capacidades instaladas em Alverca, que para além da potencialidade para as operações aeroportuárias, apresenta uma mais-valia importantíssima decorrente da disponibilidade e proximidade de uma grande infraestrutura apetrechada com os meios técnicos e humanos”.
Maior proximidade ao centro da capital, disponibilidade de acessos, excelente cobertura de transportes públicos, menor risco em situações de crise - possibilidade de transporte fluvial caso as pontes fiquem intransitáveis - e menor perturbação das actividades militares são algumas das vantagens elencadas pelos eleitos na moção.
“Estamos de acordo mas a vinda destes voos suscita-nos também algumas preocupações, sobretudo de carácter ambiental. Será importante não trazer para Alverca equipamento que possa degradar a qualidade de vida da população. As acessibilidades são também uma preocupação porque é de grande importância a abolição das portagens em Alverca”, defendeu Carlos Braga, da CDU.
Por seu turno, Adão Conde da Coligação Novo Rumo nota que é preciso criar-se mais incentivos à instalação de empresas do sector aeronáutico na cidade. “Não podemos continuar a aceitar que das prioridades nacionais para a aeronáutica nenhuma passa por Alverca. Não é aceitável esta discriminação”, acusou. Também Filomena Rodrigues, do CDS-PP, disse “não entender” porque motivo os voos executivos ainda não aterram em Alverca.
O presidente do município, Alberto Mesquita (PS), assegurou que as questões de carácter ambiental são “pertinentes” mas que é importante não deixar fugir estas oportunidades de investimento, caso surjam.