Luís Piedade Ferreira
Gerente de restauração, 44 anos, Santarém
Se pudesse encarnar uma personagem por um dia qual escolheria?
Seria o Pai Natal para poder dar alegria a muitas crianças e carenciados, pois penso serem eles os mais esquecidos pela nossa sociedade.
Usa agenda para planear o seu dia-a-dia?
Não uso agenda, nem nunca usei. Normalmente consigo fixar tudo de cabeça, tenho essa facilidade, embora por vezes também tenha lapsos. Mas prefiro assim.
Conseguia viver sem telemóvel?
Viver sem telemóvel já seria um grande problema para mim, pois é um instrumento muito útil e prático tanto a nível pessoal como profissional, do qual não posso abdicar. Apenas o utilizo para as coisas mais elementares, daí que a minha filha me tenha dado umas explicações para a utilização destes últimos modelos.
É adepto das redes sociais?
Sou adepto das redes sociais, nomeadamente do faceboock. Gosto de encontrar amigos, nomeadamente aqueles de que tinha perdido o contacto há mais de vinte anos. É uma forma de manter contacto com vários amigos ao mesmo tempo sem sair do mesmo sítio, perdendo-se no entanto a aproximação física. Mas mesmo assim penso que é um meio simples de aproximar as pessoas.
Que conselho daria ao primeiro-ministro?
Conselhos para o primeiro-ministro só me ocorre um: ser tão transparente como o nosso Presidente da República. Penso que seria suficiente.
Nas férias prefere praia, campo ou neve?
Praia. Geralmente vou para Peniche. Tem mais praias, tem acesso a outras, é mais rápido lá chegar e tem bons restaurantes também.
Qual é o seu truque para manter a calma perante um imprevisto?
Sou uma pessoa com uma calma fora do comum. Consigo reagir bem a qualquer situação não entrando em stress.
Os jovens estão motivados para manter as tradições?
Estão motivados mas apenas nas mais pequenas vilas e aldeias. Nas grandes cidades vive-se na base do consumismo e a maior parte dos jovens não tem a noção das tradições.
Se lhe saísse o Euromilhões qual era a primeira coisa que fazia?
Comprava uma casa na praia e um carro melhor e ajudava a família.
O que punha a funcionar na sua terra que não existe?
As coisas estão a funcionar minimamente. A autarquia está a melhorar nomeadamente na limpeza da cidade e recolha do lixo. Apesar da crise as coisas estão a melhorar.
Do que é que sente mais saudades?
De quando tinha 20 anos. Não sou muito saudosista mas gostava que os meus pais fossem mais novos para me poderem acompanhar.
Se pudesse ter um super poder qual escolheria?
Gostava que todos conseguissem viver condignamente. Os mais idosos principalmente. Apesar dos lares, muitos vivem muito sós e abandonados.
Custa-lhe levantar-se de manhã para trabalhar?
Não, são hábitos e rotinas, mesmo de folga não consigo estar na cama. Gosto de me levantar cedo e espreitar o nascer do dia.
Dá dinheiro aos arrumadores?
Normalmente evito. Mas junto ao meu estabelecimento existem alguns a quem dou roupa e comida.
Ainda há dinheiro para comer fora?
Penso que sim, nos últimos meses tenho reparado nessa melhoria. As pessoas começam a recuperar o poder de compra.
Somos um povo que não se sabe governar a si próprio?
Temos alguma dificuldade. Se assim não fosse não tínhamos tido cá a troika. Normalmente não sabemos escolher quem nos governa.
De que objecto pessoal não se consegue separar?
Do telemóvel. Posso esquecer a carteira mas o telemóvel não.
De quem é a culpa da crise que estamos a atravessar?
Minha não é mas responsáveis há muitos. Penso que é dos governos e dos mercados financeiros.
A que político aumentava impostos e cortava subsídios?
A quase todos. Os bons deviam ser bem pagos mas muitos estão lá apenas a fazer número. Neste momento acho que o Presidente da República é um exemplo do que é um bom político. Alguns estão lá apenas para enriquecerem.
Concorda que casais homossexuais possam coadoptar?
Não. Não sou homofóbico mas a nível de adopção é contranatura e não o deviam fazer. Estamos a evoluir no mau sentido. Concordo com os casamentos mas adoptar ou coadoptar, não.
Qual o melhor programa para um dia de chuva?
Se estiver frio, estar em casa à lareira com um bom chouriço e uma boa bebida, acompanhado da família.
No Carnaval, quando era criança, qual a sua máscara preferida?
Fiz sempre as minhas máscaras e as dos meus amigos. Normalmente eram personagens dos desenhos animados que estavam na moda. E gostava de pregar partidas.