Mãe aceita acusação de matar filho e de o atirar ao rio em Mouriscas
Na primeira sessão do julgamento a arguida confirmou os factos de que está acusada
A mulher detida em Março por matar o filho recém-nascido em Mouriscas, concelho de Abrantes, confirmou os factos de que estava acusada pelo Ministério Público, na primeira audiência do julgamento, na terça-feira, 20 de Dezembro. A jovem, apesar de não contrariar a acusação, disse que não tinha explicação para o que aconteceu.
O julgamento realizou-se durante o dia de terça-feira, tendo sido ouvidas todas as testemunhas, faltando agora a decisão do colectivo de juízes da Instância Central Criminal de Santarém. Recorde-se que a mulher, na altura com 35 anos, está acusada de um crime de homicídio qualificado e profanação de cadáver do filho recém-nascido.
A mulher, que já tinha quatro filhos, terá dado à luz na casa-de-banho da sua residência, tendo depois levado o bebé para um descampado próximo da capela da Senhora dos Matos, na zona de Mouriscas, onde este viria a morrer por falta de assistência. Depois meteu o filho morto num saco e atirou-o ao rio. A mulher foi detida pela Polícia Judiciária de Leiria que recebeu um alerta dos serviços de saúde, onde tinha sido detectada a gravidez e que estranharam o facto de não ter sido registado o parto.
A acusação, comunicada em Outubro pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Santarém, refere que “na sequência do parto, ocorrido em casa, num momento em que se encontrava sozinha, a arguida, constatando que o bebé não respirava, nada terá feito para estimular a respiração instantânea nem para limpar ou proteger a criança, tendo o bebé acabado por morrer”.
A investigação, que esteve a cargo da Polícia Judiciária de Leiria, iniciou-se com uma participação do Centro Hospital do Médio Tejo (CHMT) - extensão de Abrantes, onde, acidentalmente, se constatou a gravidez. No início de Abril, a Polícia Judiciária de Leiria emitiu um comunicado dando conta da prisão preventiva da mulher por suspeita de “autoria de crime de homicídio de descendente, recém-nascido”, ocorrido no final de Fevereiro.