Túnel perigoso na Póvoa entra em obra no segundo semestre de 2017
Passagem inferior junto à estação de comboios já foi palco de vários assaltos
O município de Vila Franca de Xira está a estudar dois projectos que visam minorar ou até mesmo resolver algumas das preocupações com insegurança no túnel que atravessa a linha de comboio junto à estação da Póvoa de Santa Iria.
A perspectiva é que já no segundo semestre do próximo ano possam avançar alguns desses trabalhos. António Oliveira, vereador da Câmara de Vila Franca de Xira, informou na última reunião pública de câmara que os trabalhos vão ser “profundos” e que passarão, entre outros, pela melhoria da escadaria de acesso ao túnel, melhoria da iluminação e drenagem do local. “Queremos criar um circuito melhor ao nível da segurança”, garante.
A passagem inferior pedonal junto à linha de comboio é um lugar sombrio que não transmite segurança, sobretudo depois da noite cair. As notícias sobre assaltos e vandalismo no local são recorrentes e também na Assembleia de Freguesia da Póvoa de Santa Iria os eleitos já por diversas vezes apelaram ao executivo municipal para resolver o problema. Algumas vozes defenderam mesmo o seu encerramento.
Alberto Mesquita, presidente da câmara, já havia admitido noutras ocasiões que a construção do túnel foi “um erro muito grande” e que o seu encerramento seria “a melhor decisão”, não fosse esse trabalho mais difícil de concretizar. Também o presidente da Junta da Póvoa, Jorge Ribeiro, admitia que o túnel fora “um erro absoluto” e devia ser fechado.
O último caso de criminalidade noticiado naquele túnel envolveu uma mulher de 33 anos, que foi assaltada em Março quando acabava de chegar de Lisboa. Ficou sem telemóvel, carteira e a marmita onde levava o almoço. Quando O MIRANTE escreveu sobre o assunto reportou também as preocupações de outros utentes do comboio, agredidos no túnel por não darem aos assaltantes o que estes reclamavam. O espaço é sujo - muita gente usa a passagem como casa-de-banho - é escuro e um feio cartão de visita para quem chega à cidade ribatejana.
A passagem foi inaugurada há quase duas décadas para facilitar o acesso ao lado sul da linha de comboio e à margem do rio. “Ninguém tem coragem de passar ali, é um sítio muito perigoso. Se não temos a coragem de fechar a passagem temos de encontrar forma de resolver os problemas que ali existem”, repetia Paulo Rodrigues, vereador da CDU na câmara municipal e morador naquela cidade.