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Concentrado Serafim das Neves

Este Natal os enfeites natalícios cá de casa chegaram à casa-de-banho. Não houve luzinhas a piscar à volta da sanita nem presépio à prova de água na banheira mas houve papel higiénico da Renova com motivos natalícios, o que me deixou bastante constrangido e com sintomas de pré-obstipação de origem psicológica.
É certo que o papel inventado pelos criativos da fábrica de Torres Novas não tinha o Menino Jesus, nem sequer o Pai Natal mas mesmo assim, limpar-me ao Boneco de Neve, à rena Rodolfo, que puxa o trenó das prendas ou à imagem da árvore de Natal pareceu-me excessivo.
Enfim, por causa dos pruridos (que palavra tão bem empregue aqui neste parágrafo) acabei por fazer uma borrada de todo o tamanho ao optar por me limpar ao jornal, dado que não tinha mais nada à mão. Estou a escrever-te este e-mail de pé, com o portátil em cima da bancada da cozinha porque não me posso sentar. Estamos sempre a aprender e eu aprendi que sou alérgico à tinta de impressão. Maldita a hora em que me lembrei daquela versão estúpida do Jingle-bell, Jingle-bell já não há papel, não faz mal, não faz mal, limpa-te ao jornal.
Uns dias antes do Natal houve teatro em Torres Novas. Foi no pequeno auditório da biblioteca municipal. Os actores foram para o lugar do público. Acho que era uma peça do grupo dramático da empresa Fabrióleo. Uma coisa assim meio vanguardista onde a meio da actuação os actores/trabalhadores vestiram uns coletes reflectores como se tivessem tido uma avaria e saíram da sala, provavelmente para irem colocar o triângulo de aviso lá para os lados da Ribeira da Boa Água que de boa água parece só ter o nome.
O júri constituído por deputados municipais não deve ter percebido a mensagem porque deu nota mínima...por unanimidade. Eu sempre disse que com amadorismos não vamos a lado nenhum.
A propaganda dos comunistas em defesa do regresso ao escudo está a dar resultado. Em Coruche um homem conseguiu que outro lhe desse algumas notas de euros que tinha com ele com o argumento que aquilo já não valia nada. Eu sobre esse tal novo escudo não sei muito mas posso garantir que o euro cada vez vale menos. Olá se vale!
Felizmente agora pago tudo com multibanco. Se não fosse assim, em vez de carteira tinha que usar um saco plástico com notas para ir ao supermercado. E espero que não te estejas a rir destes meus disparates. Para sorrisos já me bastam os do Presidente da República, do primeiro-ministro e do presidente da distrital do PS, o famoso Tony Gameiro.
Não sei se já leste mas o candidato do PS em Santarém vai ser o antigo presidente da câmara, Rui Barreiro, que nos seus tempos áureos tanta inspiração nos deu para escrever estes e-mails do outro mundo.
Na altura houve quem dissesse que fomos nós que contribuímos para que ele só tivesse feito um mandato tendo sido derrotado logo nas eleições seguintes. A mim faz-me confusão existirem pessoas capazes de dizer tais enormidades. Como é que nós teríamos coragem de matar a nossa galinha dos ovos de outros?!!! Francamente!!!
Ainda não te falei das prendas de Natal que recebi mas pouco há a dizer. Eram todas líquidas, de cores e graus alcoólicos diferentes e já marcharam. Felizmente está aí a passagem do ano e os reabastecimentos vêm a caminho. E se não vou festejar a entrada do novo ano na rua é porque os presidentes das câmaras municipais que organizam essas festarolas não disponibilizam transporte para o regresso dos foliões a casa. Se calhar pensam que somos todos abstémios.
Saudações pós-natalícias
Manuel Serra d’Aire

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