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Autosilo da Póvoa de Santa Iria mais perto de deixar de ser um mono
PROGRESSO. Aos poucos começa a ver-se a luz ao fundo do túnel no caso do autosilo da Póvoa de Santa Iria

Autosilo da Póvoa de Santa Iria mais perto de deixar de ser um mono

Equipamento tem estado envolvo em polémica nas últimas duas décadas. Só agora estão a começar a ser colocadas à venda as primeiras boxes de estacionamento subterrâneo.

O autosilo da Póvoa de Santa Iria, obra que esteve envolta em polémica nas últimas duas décadas, está mais perto de começar a ser usado, com o início da emissão, esta semana, das licenças de utilização das boxes de estacionamento subterrâneo.
O espaço, que só tem funcionado parcialmente, tem 300 lugares subterrâneos de estacionamento individual à espera de serem vendidos e está localizado numa zona com fortes carências de parqueamento. “As licenças de utilização estão a ser emitidas para as boxes poderem ser vendidas e estamos a acompanhar essa matéria com o banco. Estamos também a tratar do assunto juridicamente para virmos a ser ressarcidos da parte financeira a que temos direito”, explica Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira.
O autarca falava na última reunião pública de câmara no âmbito do ponto de situação do assunto, pedido pelo vereador da Coligação Novo Rumo, Rui Rei. “Gostava de saber em que ponto é que aquilo se encontra porque está ali investido muito dinheiro do povo e eu, por exemplo, nunca pude usufruir daquele espaço”, lamentou.
O auto silo da Póvoa de Santa Iria, cuja construção se arrastou durante uma década, está concluído mas ainda não abriu ao público. Numa primeira fase entrou ao serviço apenas a parte superior do equipamento, composto por 70 lugares de estacionamento e uma praça pública.
Uma história com 20 anos
Recorde-se que o caso começou há cerca de 20 anos, ainda no tempo em que a CDU geria os destinos do município. A Quinta da Piedade - Construção e Imóveis, detida pelo empresário José Maria Duarte Júnior, entregou ao município um terreno de 14600 metros quadrados destinado a equipamentos sociais, como contrapartida pelo licenciamento da urbanização.
Uma década depois os socialistas devolveram esse terreno a José Maria Duarte Júnior, durante 70 anos, para nele construir um autosilo. Em troca o município iria receber um conjunto de equipamentos sociais na cidade a rondar os dois milhões de euros. O empresário construiu uma escola no valor de 1 milhão e 600 mil euros, mas o investimento ficou por aí. Entretanto o empresário faleceu, a firma faliu e os herdeiros renunciaram à herança. Na justiça a câmara quer agora obter uma percentagem dos lucros que resultem da venda das boxes, de forma a ser ressarcida dos investimentos que não foram feitos.

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