A Câmara de Vila Franca de Xira vai comprar as desactivadas Escolas da Armada, situadas na cidade e abandonadas há sete anos. A informação foi avançada pelo presidente do município, Alberto Mesquita (PS), na última reunião pública de câmara.
O autarca diz que o negócio está num bom caminho e que, muito em breve, irá apresentar para discussão e votação do executivo uma proposta de compra.
O valor do negócio não é ainda conhecido mas a Estamo, entidade do Estado que detém o espaço do antigo grupo nº1 das Escolas da Armada, havia fixado o preço em 8,75 milhões de euros, valor que Mesquita considerou, no Verão, “exagerado”. O autarca diz agora ter conseguido, através de negociação, uma “redução importante” no preço mas não avança para já com valores.
Sabe-se que o município terá de decidir se paga o edifício em 10, 15 ou 25 anos. “Temos vários cenários de compra e vamos em breve apresentar-vos uma proposta financeira com vários cenários. Há condições para fazer esta abordagem”, confirmou. Até final deste ano deverá ficar concluído um estudo com propostas de ocupação futura não só dos terrenos da Marinha como também do espaço da antiga fábrica da Cimianto, que fica colada aos terrenos da Marinha e que está também à venda no âmbito do processo de insolvência da empresa.
Ideias para dinamizar o espaço não faltam. Desde criação de um pólo desportivo ou universitário, passando pela expansão da feira anual de artesanato, concentração dos serviços de justiça ou espaços de fomento de actividades equestres. Os 12 hectares onde funcionou a unidade da Marinha estão desocupados desde Agosto de 2009 e situam-se numa zona privilegiada do concelho de Vila Franca de Xira, junto ao rio, com apeadeiro ferroviário e ligação directa do nó da Auto-Estrada do Norte (A1).
São ao todo 42 edifícios que incluem refeitórios, piscinas, ginásios e escritórios. O Plano Director Municipal (PDM) prevê que aquela zona sirva apenas para finalidades de educação, desporto ou outras actividades culturais, retirando assim o interesse imobiliário, uma vez que no local não é permitida construção de habitações ou comércio.
As Escolas da Armada, que estão a degradar-se desde a saída dos militares, já foram alvo de assaltos, tendo sido roubados diversos equipamentos, incluindo as tubagens de água. Foram registados 15 assaltos só nos cinco primeiros anos de inactividade. O número de assaltos foi diminuindo também à medida que desapareceram os bens de valor do interior.