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Doente com 78 por cento de incapacidade fica sem transporte para fisioterapia
DIFICULDADE. Sónia Ladeiras viu a sua vida modificar-se completamente depois de sofrer um acidente grave de viação

Doente com 78 por cento de incapacidade fica sem transporte para fisioterapia

Deslocações de táxi eram pagas pela seguradora e foi retirada no último mês. Sónia Ladeiras sofreu um violento acidente de automóvel quando ia para o trabalho e ficou com sequelas das quais ainda se encontra a recuperar. Sempre teve apoio de um táxi para a levar para a fisioterapia em Vila Franca de Xira mas no mês passado uma nova avaliação clínica da seguradora entendeu acabar com esse transporte.

Sónia Ladeiras, 36 anos, residente em Benavente, que foi vítima de um grave acidente de viação quando se deslocava para o trabalho, está sem táxi desde Novembro para poder ir frequentar as sessões de fisioterapia, de que necessita no Hospital Vila Franca de Xira. O transporte era pago por uma companhia de seguros porque o acidente foi considerado acidente de trabalho já que ocorreu na deslocação para o emprego.
Sónia tinha à sua disposição, desde o acidente a 6 de Abril de 2000, um táxi que a levava ao hospital e trazia de volta a casa. Mas desde uma avaliação clínica realizada pela companhia de seguros, a 26 de Novembro último, que esse meio de transporte foi cortado, porque o médico assistente entendeu não se justificar a atribuição desse transporte especial.
Sónia Ladeiras, que na última junta médica viu ser-lhe declarada uma incapacidade de 78 por cento, não concorda com a decisão e diz que se trata de uma injustiça e de ficar sem alternativas. Isto porque, lamenta, as suas lesões a impedem de usar o transporte público. A mais grave é uma lesão na anca que a impede, por exemplo, de estar muito tempo sentada na mesma posição ou de percorrer longas distâncias.
“A CA Seguros tem conhecimento da gravidade da minha situação e se nestes 16 anos sempre tive o táxi não percebo porque motivo eles agora o tiraram. É incompreensível. (…) Estas coisas que a seguradora faz comigo e com muitas outras pessoas que estão a passar pelo mesmo é para as pessoas entrarem num autêntico desespero. A minha família é que tem sido o meu pilar porque se não fosse isso já tinha chegado ao fundo do poço. Sem o táxi deixei de ir à fisioterapia com prejuízo para a minha saúde”, lamenta a O MIRANTE.

As explicações da seguradora
Contactada a CA Seguros, esta explica que na sequência do acidente de trabalho a mulher recebeu “o necessário e adequado tratamento médico” por parte dos serviços clínicos da CA Seguros, “com vista à sua reabilitação” que culminou em alta clínica em 2003. Nos termos da lei, o acidente de Sónia foi participado ao Tribunal do Trabalho de Vila Franca de Xira que declarou quais as sequelas resultantes do acidente e considerou que não eram impeditivas para o exercício da actividade profissional, tendo também fixado uma pensão a ser paga pela seguradora.
Sónia não concordou e mais tarde, devido ao alegado agravamento progressivo do seu estado, pediu a reabertura do processo, tendo conseguido uma taxa de incapacidade de 78 por cento. “No âmbito de exame de revisão foi revista a pensão anteriormente fixada e designados tratamentos regulares de reabilitação, sem qualquer menção quanto à necessidade de transporte especial para as deslocações aos mesmos. Nos termos legais, em acidentes de trabalho, os transportes que os sinistrados por direito devem utilizar são os colectivos, salvo não os havendo ou se outros forem os mais indicados pela urgência do tratamento, por determinação do médico assistente ou por outras razões ponderosas atendíveis”, explica a companhia de seguros.
A CA Seguros diz a O MIRANTE que tem vindo sempre a assegurar “o devido acompanhamento clínico e os necessários tratamentos regulares de reabilitação” a Sónia Ladeiras, “tendo a última avaliação clínica sido efectuada a 25 de Novembro e concluído os serviços médicos que a actual situação clínica apresentada pela senhora Sónia Ladeiras já não requer dependência de transporte especial para as suas deslocações, nomeadamente a consultas e tratamentos”, esclarece.

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