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Sem acordo a ex-Escola das Tílias no Entroncamento vai custar mais de 800 mil euros

Particulares não desejam demolição da escola mas querem uma proposta “igualitária”. Contrato promessa de permuta assinado em 2012 permitiu a construção de uma escola nova na zona do Bonito, num terreno particular. Em troca o município devia ter entregue terreno onde está a antiga Escola das Tílias com loteamento para construção mas não o fez. Se não chegar a acordo vai pagar 800 mil euros, mais 85 euros por cada dia de atraso desde Novembro de 2016.

A cabeça de casal dos proprietários do terreno onde foi construída a Escola do Bonito, no Entroncamento, Maria da Conceição Henriques Bento, informou a Câmara Municipal do Entroncamento que o município terá de pagar 85 euros diários de mora, por incumprimento do contrato promessa de permuta de terrenos, desde 30 de Novembro deste ano.
O pagamento daquela quantia deveria ter-se iniciado em Abril mas os proprietários decidiram alargar o prazo uma vez que estavam a decorrer contactos entre as duas partes no sentido de alterar o contrato inicial, de forma a preservar a antiga Escola das Tílias, que se situa no terreno que o município tem que entregar.
Em 2012 a câmara municipal do Entroncamento assinou com particulares um contrato promessa de permuta de terrenos segundo o qual o município recebia um terreno de 10 mil metros quadrados destinado à construção de uma nova escola, em troca de um terreno com 3.602,35 metros quadrados, na rua Professor José Francisco Corujo, onde está implementada a antiga Escola das Tílias, bem como um loteamento devidamente elaborado para a construção de cinco lotes para 47 apartamentos e espaços comerciais no local.
A escola do Bonito foi construída num terreno particular e os donos do mesmo ainda cederam gratuitamente uma faixa de 835 metros quadrados de terreno, para a construção de uma estrada no local. A câmara não cumpriu a sua parte do contrato o que implica o pagamento de uma indemnização de 800 mil euros mais o pagamento dos 85 euros diários, por mora, desde Abril deste ano. O argumento para o incumprimento foi a vontade de preservar a antiga escola, construída em 1964, que funcionou como escola industrial e posteriormente como escola do ensino básico.
Os actuais proprietários do terreno do Bonito, que pertencia ao empresário João Henriques, falecido em Abril de 2010, têm-se manifestado disponíveis para negociar uma solução que permita a preservação da antiga Escola das Tílias a que a câmara atribui valor meramente afectivo, reconhecendo que não tem valor arquitectónico.
A câmara municipal do Entroncamento, através do presidente, Jorge Faria (PS), tem apresentado várias propostas para evitar a demolição mas as mesmas têm sido rejeitadas por, segundo os proprietários, “desvalorizarem bastante” todo o património que a câmara ficou de entregar.
“Também eu e a minha família partilhamos o desejo de conservar a Escola das Tílias (...) desde que se mantenham as condições igualitárias e avaliações correspondentes às avaliações de 2012”, explica Maria da Conceição Henriques Bento, numa carta enviada a O MIRANTE, lembrando que os terrenos referidos no contrato promessa de permuta continuam na posse dos actuais donos, particulares e câmara, até serem feitas as escrituras ali mencionadas.
Na mesma carta e em esclarecimentos prestados publicamente da reunião da Assembleia Municipal do Entroncamento de 30 de Novembro de 2016, a cabeça de casal dos herdeiros lembra que o contrato promessa de permuta é nesta altura o único documento válido.
“Esta permuta constitui um documento oficial de valor jurídico e realizado entre o município e a nossa família em 2012, mediante escritura pública, onde intervieram na sua realização, os advogados do município e os meus, eu e o meu marido (entretanto falecido) , os técnicos da câmara (arquitecto, engenheiro, etc...), o presidente na altura, Sr. Jaime Ramos, de acordo com o PDM e o Tribunal de Contas em conformidade com a lei”, refere.

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