O drama da pequena Maria que trava batalha contra leucemia rara
Pais da menina de Santarém, com 13 meses, tentam encontrar dador de medula óssea compatível. Quem quiser registar-se como dador de medula pode fazê-lo no Hospital de Santarém nos dias 3 e 17 de Fevereiro e 3 e 17 de Março. Mais informações sobre novas datas e locais na página do facebook “Salvar a vida da Maria”.
O sorriso rasgado e os olhos azuis da pequena Maria encantam qualquer um. A sua alegria não passa despercebida e ninguém diz que, aos 13 meses, a menina de Santarém enfrenta uma dura batalha. Os pais, Rita Mota e Miguel Rosa, descobriram que a criança possui leucemia mielomonocítica juvenil, uma doença rara cujo tratamento passa por um transplante de medula óssea.
Maria nasceu a 18 de Dezembro de 2015 e foi sempre uma bebé saudável. Quando entrou para a creche, em Setembro do ano passado, teve doenças típicas de crianças como constipação ou tosse. O que chamou a atenção dos pais foi o facto das doenças não passarem. “Depois de tomar um antibiótico para a constipação e tosse teve uma bronquiolite, depois uma otite. Parecia-nos tudo muito sucessivo para uma criança que em nove meses de vida nunca esteve doente”, conta a mãe, Rita Mota.
A pediatra que acompanhava inicialmente a bebé não achou nada de estranho mas os pais quiseram uma segunda opinião e mudaram de médica. “A nova pediatra, assim que apalpou a barriga da Maria, viu logo que tinha o fígado e o baço um bocadinho aumentados. Mandou-nos fazer uma série de exames no dia seguinte”, recorda.
Nesse dia a médica ligou a dizer que já tinha o resultado dos exames e que no dia seguinte tinham que estar no IPO (Instituto Português de Oncologia) em Lisboa. “Eu ia a conduzir quando a médica me ligou e fiquei em choque sem saber o que pensar. IPO? Pensávamos que seria um problema normal de crianças e de repente temos que ir para o IPO. A médica explicou que seria só para prevenir e fazer os exames mais detalhados”, afirma Rita Mota.
No final de Novembro foram ao IPO e os resultados dos exames indicavam que Maria não tinha leucemia. No entanto, a criança deveria ser seguida no Hospital da Estefânia porque a medula óssea estava a reagir a algo que os médicos não sabiam o que era e tinham que descobrir. Com a hipótese de leucemia descartada, Rita e Miguel ficaram mais descansados. Até que na véspera de Natal tiveram que regressar com Maria à Estefânia devido a uma infecção num olho. Na segunda-feira a seguir ao Natal chegaram os resultados dos novos exames realizados e o diagnóstico foi devastador: Maria possuía uma leucemia rara.
Dador procura-se
“Foi um peso que nos caiu em cima, o chão que nos fugiu dos pés. Num momento está tudo bem e no outro já não é assim”, refere Miguel Rosa. Desde que souberam que o tratamento de Maria passa por um transplante de medula óssea que os pais da menina de 13 meses têm lutado para que as pessoas se registem na base de dados de dadores de medula óssea.
O que começou por um apelo na rede social Facebook foi crescendo tornando-se numa corrente de passa palavra. “Temos pessoas de todo o país a inscreverem-se como potenciais dadores de medula. Numa iniciativa em Braga os kits de recolha esgotaram em poucos minutos. Estamos muito agradecidos a todos os que nos têm ajudado. Há quem nos pergunte se precisamos de dinheiro e nós explicamos que só precisamos que se registem. Se não ajudarem a Maria podem ajudar outra pessoa que também precisa”, afirma Rita Mota.
O próximo passo para Maria passa por tratamentos de quimioterapia de baixa dosagem para evitar que a doença progrida e para que o organismo estabilize até aparecer um dador compatível.