uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

O maior siluro apanhado no Tejo foi pescado nas Caneiras

Peixe predador pesava 58 quilos e media 1,90 metros. Espécie exótica é cada vez mais frequente no rio e coloca em risco o ecossistema, dizimando as espécies nativas.

Um siluro com mais de 58 quilos e 1,90 metros foi apanhado na tarde de 16 de Março, pelas mãos de Manuel José Pelarigo, um experiente pescador da aldeia de Caneiras, concelho de Santarém, que vive da pesca há muitos anos e que costuma fazer-se acompanhar no barco com a sua mulher. É o maior exemplar de que há registo apanhado no Tejo.
Tirar o peixe das águas foi uma tarefa árdua, tal era o tamanho e o peso do animal. A mulher do pescador afirma que “a rede levantou uns três ou quatro metros” e que comentou com o seu marido que ele tinha um grande peixe na rede. “Vimo-nos perdidos para colocá-lo no barco, mas conseguimos”, conta Lúcia Mendes.
Não há memória de ter sido apanhado um predador com tal peso e tamanho na região. “Esta espécie tem sido apanhado no rio Tejo, mas, entre os 11 e os 15 quilos, agora com este peso, acho que foi o único”, refere Manuel Pelarigo.
A poluição e a introdução de espécies exóticas, ou invasoras, no rio Tejo é uma pescadinha de rabo na boca. A poluição mata as espécies nativas, ou seja as características do rio, mais vulneráveis. As espécies invasoras, como o siluro, são mais resistentes à poluição e além de, desta forma, prevalecerem ainda como predadoras comem as espécies nativas do rio. Como é o caso do sável, da boga ou dos barbos.
Os siluros, peixes originários dos grandes rios da Europa Central, que podem facilmente ultrapassar os dois metros e 40 quilos, são mais resistentes à poluição e estão a tornar-se os reis do Tejo e a destruir o seu ecossistema, que pode estar em risco a médio ou mesmo curto prazo. Alimentam-se de espécies nativas do rio, como é o da boga ou dos barbos, e também comem aves.
Nos últimos tempos têm sido capturados siluros de dimensões consideráveis no Tejo, sobretudo no distrito de Santarém. Esta espécie foi introduzida no final da década de 90 em Espanha e foi descendo o rio naturalmente, mas também com muita “ajuda” dos pescadores desportivos, chegando a Portugal há cerca de 10 anos, sendo encontrado actualmente em todo o troço principal do rio Tejo.
Entretanto, Manuel Pelarigo e a mulher já sabem que destino vão dar a este gigante. “Vamos fazer filetes para comermos. Isto é muito bom cozinhado”, dizem.

Mais Notícias

    A carregar...