Acho que o deputado do Partido “Pessoas Animais e Natureza” (PAN) ainda não fez qualquer proposta mas eu deixo aqui a ideia. Porque não criar um Serviço Nacional de Saúde Veterinário para animais de companhia. A ideia pode parecer estrambólica mas eu acho que vai ter adeptos por muito que isso desequilibre o Orçamento de Estado e dê dores de cabeça ao primeiro-ministro.
Fui alertado para isto por causa de uma situação que testemunhei. Uma senhora que recebe uma pensão mínima e que vive numa casa da Câmara de Torres Novas tem um gato já um bocado velhote. Aqui há dias o gato começou a ficar magro e deixou de comer.
Tenho que acrescentar que a senhora está impossibilitada de sair à rua, vive num terceiro andar sem elevador e que apesar de alguma solidariedade dos vizinhos se sente só porque o filho com quem tem pouco contacto, vive e trabalha na zona de Lisboa e tem um emprego fraco e mal remunerado.
Uma vizinha dessa senhora levou-lhe o gato ao veterinário. Análises e outro exame, não sei se um TAC e a conta já ia em oitenta ou noventa euros. O problema do felino era nos rins e teve que ficar a soro para observação, 48 horas. Pelo que me informaram o animal salva-se e a senhora recupera a sua companhia. O pior é a conta que é superior aos trezentos e cinquenta euros, ou seja, mais oitenta ou cem euros que a pensão. E deve haver medicamentos para comprar, presumo eu.
Não valerá a pena pensar em matar o gato para salvar a pensão da senhora. Esta foi a sociedade que criámos e a indústria dos animais de estimação vale milhares de milhões. Fabrica alimentos, brinquedos, equipamentos veterinários, edita revistas, canais de televisão, eu sei lá...
Senhor primeiro-ministro António Costa, senhores deputados da “geringonça”. Há aqui um problema de flagrante desigualdade. Só os ricos capitalistas é que podem ter animais de estimação?
Francisco Manuel Terra Altas