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Na Escolinha de Folclore da AREPA dança-se com o coração

Na Escolinha de Folclore da AREPA dança-se com o coração

Da família folclorista da associação de Porto Alto fazem parte 35 crianças

A escolinha de folclore da Associação Recreativa de Porto Alto (AREPA) tem 35 crianças e jovens e o número de dançarinos está a crescer. O MIRANTE foi assistir ao quarto festival de folclore de ranchos infantis, com a participação do Rancho Folclórico Infantil do Carregado e do Rancho Folclórico Regional Infantil dos Foros de Salvaterra. Numa noite recheada de sorrisos, os três grupos infantis dançaram o típico fandango, o corridinho e o vira, entre outros estilos típicos do Ribatejo.
Apesar de agora serem mais os rapazes que as raparigas no rancho da AREPA, Ana Fernandes, de 16 anos, Mariana Nabiço, de 14, e Andreia Arsénio, 17, representam bem a sua parte. “Vir a palco, dançar, bater os pés, é algo que nos orgulha muito”, confessa Andreia. Ana, que sempre gostou de dançar, teve no rancho uma boa surpresa, e Mariana, a mais nova, também fã de dança, foi convidada a juntar-se à AREPA por Mafalda Sousa, a responsável pelo rancho infantil e organizadora do espectáculo, e descobriu, tal como as agora amigas, uma segunda casa.
“Muitos miúdos vêm porque têm cá família ou vêm porque os amigos os chamam, e depois gostam porque têm aqui experiências que nunca tiveram. Vestem um traje, uns sapatos e um barrete que nunca tiveram e vão passear de norte a sul do país como por vezes ainda não tiveram oportunidade de ir”, explica José Lameiras, presidente da AREPA. “Há muitas pessoas que gozam com o rancho e fazem piadas mas eu estou sempre a dizer-lhes que tenho muito orgulho naquilo que faço”, defende Andreia. Já chegou, inclusive, a fazer trabalhos escolares sobre folclore e ranchos e cada vez se orgulha mais do rancho.
O espectáculo de sábado, 15 de Abril, teve dois estreantes. Miguel e Kelly quiseram ver como era um festival e foram trajados, subiram ao palco e ainda dançaram duas modas com colegas mais velhos, para orgulho de Mafalda Sousa. É para ela que todas as crianças olham como uma “tia”: “No princípio, para eles se sentirem mais à-vontade, dizemos que somos primos e tios e irmãos… às tantas já não sabemos o que somos uns para os outros!” Além da família de coração, Mafalda tem também quase toda a de sangue no rancho: o marido, três filhos, um genro e uma neta. Esta última, o elemento mais novo do clã, tem apenas 19 meses mas já canta e dança em palco.
São muitas as pessoas que lhe perguntam como consegue ter tantas crianças no grupo e Mafalda revela o segredo: “Eu não pego nelas só para dançar, pego para sair, para brincar, para fazer piqueniques porque isso também é muito importante”. E será que elas se mostram receosas de pisar o palco pela primeira vez? “Nada disso! Vêm logo cheias de vontade, a perguntar ‘quando é que vamos dançar, tia?’. E queremos que elas vão para a rua e passem a mensagem de que folclore não é coisa de antigos, é coisa dos meninos de outrora que brincavam na rua e se divertiam”.
“A Mafalda tem uma grande consciência social e faz questão de incluir no seu grupo meninos que precisam da sua ajuda e do carinho e do calor dos outros meninos do rancho”, defende Ana Carla Gonçalves, vereadora com o pelouro da Cultura na Câmara de Benavente que também esteve presente no espectáculo. Na sua opinião, no rancho da AREPA, “além de se partilhar a música e as tradições partilham-se os corações”.

Na Escolinha de Folclore da AREPA dança-se com o coração

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