Solteiras mostram que estão mais em forma que as casadas em jogo de futebol
Canarinhas sem marido e panteras negras defrontaram-se em Alvega
Esta Sexta-feira Santa juntaram-se duas equipas em Alvega, no concelho de Abrantes. As solteiras “canarinhas” e as casadas “panteras negras”, para disputar uma partida de futebol durante uma hora, com quatro intervalos que o folêgo não dava para mais. Dezoito mulheres entre os 15 e os 50 anos, chegaram ao campo Dr. Armando Matafome acompanhadas de familiares e amigos. As mulheres de Alvega quiseram quebrar o hábito “de serem só os homens a jogar à bola”. Habituados a rivalidades, certo é que aquele jogo de futebol revelou-se um momento divertido e de paz, entre vizinhas e conterrâneas que vivem na aldeia e fora dela ou não fosse tempo de Páscoa.
Não foi propriamente uma iniciativa inédita da Associação de Melhoramentos da Freguesia de Alvega (AMFA). Isto de mostrar que as mulheres também são capazes de dar uns chutos na bola para se divertirem, já tinha acontecido pelo menos uma vez conta a O MIRANTE Cláudia Dias, tesoureira daquela colectividade com mais de 30 anos.
A jornada foi servida de “frangos” e outras “iguarias futebolísticas” com uma jogadora duas vezes lesionada, risadas, vaias e gritos de incentivo, e um lanche no final, para que todas as calorias perdidas naquela tarde fossem repostas. “Isto é uma brincadeira, um desafio lançado às mulheres de Alvega nesta Páscoa. E conseguir que aderissem à iniciativa foi fácil, ainda que ao início fosse mais complicado compor a equipa das solteiras. Talvez por vergonha de fazerem má figura”, refere Cláudia Dias. Além disso “é uma forma divertida de fazer o bem, recolhendo donativos para São Tomé”, diz.
Programado foi que solteiras jogassem de um lado e as casadas do outro e assim aconteceu com o “árbitro” Ricardo Marques, de 31 anos, um quase estreante nesta coisa de “apitar mulheres”, a assegurar-se que o “tudo ao molho” não fazia parte da estratégia. A partir daí foi chutar para a frente e cada vez que a guarda-redes da equipa das casadas deixava entrar um golo, ouvia-se na assistência: “vá, deixem lá as mulheres casadas chegar à baliza!”.
Na primeira parte a equipa das solteiras levava a melhor com cinco golos contra zero das casadas. E no final do duelo as “canarinhas” golearam as adversárias por oito bolas a quatro. No que toca ao “fair play” venceram todas. Além do divertimento e da massagista cumprir a função de enfermeira, o jogo teve ainda uma missão de solidariedade, onde as participantes puderam contribuir com produtos de higiene para a Missão São Tomé 2017 promovida pela Casa Fiz do Mundo.