O trabalho é mais fácil quando se gosta das pessoas e do que se faz
Catarina Pereira, 31 anos, é gerente da loja Multiópticas em Abrantes
Nasceu em Abrantes no primeiro ano que o hospital novo entrou em funcionamento mas é em Praia do Ribatejo que vive e onde tem a família. Gosta de tudo o que esteja relacionado com água, desde os desportos náuticos aos passeios à beira rio.
Aos 31 anos Catarina Pereira é gerente da loja Multiópticas em Abrantes, cidade onde nasceu, precisamente no ano em que o hospital “novo” foi inaugurado. É em Praia do Ribatejo, no concelho de Vila Nova da Barquinha, que vive juntamente com a sua família. É casada mas ainda não tem filhos, um dos passos que quer dar num futuro próximo. Há 12 anos que trabalha na Multiópticas, primeiro em Tomar, depois em Ourém e actualmente em Abrantes desde 2009. Estudou até ao 12º ano e depois decidiu não seguir os estudos universitários.
Por caminhos do ensino superior só se via na “área de Biologia” porque tem “uma grande paixão por animais” e gosta da natureza. Mas a ideia da fraca empregabilidade em Portugal nesta área demoveu Catarina do sonho da investigação que já vinha de criança. Começou a trabalhar numa papelaria, no Entroncamento, durante as férias de Verão nos últimos anos de estudante. Essa foi a sua primeira experiência profissional.
Após terminar o 12º ano percebeu que “não fazia sentido naquele momento continuar a estudar”. Começou a procurar trabalho e através do Instituto de Emprego e Formação Profissional de Tomar entrou em Outubro daquele ano para a Multiópticas. Depois seguiram-se as formações específicas na área da óptica. “Acabei por perceber que estava no sítio certo com uma boa equipa. Quando gostamos do que fazemos e trabalhamos com pessoas de quem gostamos é mais fácil”, refere Catarina. “Se trabalharmos naquilo que gostamos mas com pessoas com as quais não nos damos bem também não funciona”, opina.
E na loja as equipas são polivalentes. “Fazemos um bocadinho de tudo, desde as vendas à gestão. Não faço exames, quem faz é um optometrista, alguém licenciado habilitado a realizar o exame visual, mas faço ajustes, arranjos e apertos” nos óculos, explica. O que mais privilegia é “o contacto com o público”, embora seja “uma situação muito específica” que a surpreendeu por considerar-se uma pessoa “reservada”. Pensou ser a área mais difícil mas revelou-se o contrário. “Se olharmos para as pessoas como seres humanos e não apenas como um número ajuda a perceber e a compreender o outro”. A parte mais “maçadora” do trabalho é mesmo “a gestão dos papéis porque acabam por ocupar uma boa parte do tempo, mas é mesmo assim, faz parte”, afirma.
Vê como uma mais valia trabalhar numa loja de rua, tendo um horário regular de segunda a sexta, horário reduzido ao sábado e folga ao domingo. “Se trabalhasse num centro comercial seria por turnos e aos domingos”, diz. “Gosto do que faço e as pessoas com quem trabalho são boas pessoas”. E o negócio corre “com altos e baixos, como todos os negócios. As pessoas têm alguns receios em relação à economia e as constantes crises não têm ajudado”.
O dia-a-dia de Catarina passa obviamente pelo trabalho mas essencialmente pela família e pelo prazer que tem em estar junto ao rio. “Adoro água”, confessa. Por isso aproveita os fins-de-semana para passear em locais ribeirinhos ou junto ao mar. Além disso, gosta de ler e conhecer sítios novos. “Há sempre alguma coisa de novo que trazemos quando visitamos outros lugares, outras pessoas”, considera. Não gosta de “ficar em casa a olhar para a televisão. É algo que não me diz nada”, refere, tal como ir a centros comerciais. Aprecia fazer caminhadas no campo e nadar. “Faço wakeboard e canoagem durante o Verão”, revela.
Quanto a política tem algumas opiniões formadas e tenta acompanhar a informação diária, contudo Catarina considera que “hoje em dia a política é toda muito homogénea”. Tenta também “ouvir vários noticiários, juntar a informação e filtrá-la”.