Quarenta anos depois de aprovada a Constituição já é mais que tempo de criar regiões
O artigo 236.º da Constituição diz o seguinte: “No continente as autarquias locais são as freguesias, os municípios e as regiões administrativas”. O problema é que já lá vão mais quarenta anos e regiões administrativas nem vê-las. Este ano vamos ter eleições para as freguesias e municípios mas não haverá eleições para as regiões administrativas porque os nossos políticos nunca as quiseram criar. Para mim a explicação é simples. É o dividir para reinar.
Quantos mais poderes paroquiais continuarmos a ter com municípios e freguesias pequenas e todos de costas voltadas uns para os outros, melhor para quem anda na política e pior para os cidadãos. É verdade que não temos grande tradição de união e conjugação de esforços. Somos egoístas e tacanhos por natureza e só queremos tratar do nosso quintal, porque a dimensão é algo que assusta os nosso pequenos cérebros mas é preciso dar um primeiro passo para acabar com este esbanjamento permanente do dinheiro dos nossos impostos. Equipamentos iguais em cada aldeola que dista da próxima três ou quatro quilómetros é uma estupidez inconcebível.
Houve há anos um referendo sobre a criação das regiões mas aquelas regiões feitas à medida dos interesses dos partidos políticos e que só iriam prejudicar os cidadãos, não foram aprovadas...felizmente! Mas era altura de voltarmos ao assunto. Não é, senhores da “geringonça” que tanto bramaram estes anos todos contra os partidos de direita que eram contra as regiões?
Francisco Gonçalves Fresco Neto