Pego e Rossio ao Sul do Tejo sem serviço de Correios
Postos dos CTT deixaram de funcionar no dia 13 de Abril. No Pego vai ser reactivado em breve numa papelaria. No Rossio também já há solução à vista. Autarcas criticam visão economicista da empresa.
Os serviços dos CTT – Correios de Portugal do Pego e do Rossio ao Sul do Tejo encontram-se encerrados. No Pego, os serviços deixaram de funcionar no dia 13 de Abril mas vão ser assegurados por uma papelaria (Margarida Neves Lopes, Unipessoal Lda.) a partir do dia 2 de Maio. “A funcionária da papelaria encontra-se neste momento em formação em Abrantes para poder assegurar os serviços dos correios” explicou a O MIRANTE a presidente da Junta de Freguesia do Pego, Maria Florinda Salgueiro.
A autarca adiantou que a responsável pelos CTT daquela zona do concelho de Abrantes havia informado logo a 7 de Fevereiro que o prestador de serviços iria fechar. “Acabou por ficar até dia 13 de Abril. Neste momento as pessoas para levantarem correspondência registada têm de ir a Alferrarede” disse.
No Rossio a situação é semelhante. Os serviços encontram-se encerrados até 9 de Maio para serem assegurados por uma papelaria na Rua Almirante Reis a partir dessa data. Entretanto, os utentes deslocam-se também a Alferrarede. A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Abrantes já manifestou descontentamento face à situação e, em comunicado, considera que estão postas em causa a qualidade e a proximidade do serviço postal público e universal, defendendo o retorno dos CTT à gestão pública.
“Recebemos um e-mail da gestora de parceiros a comunicar que as instalações iriam estar encerradas durante duas semanas e que a partir de 27 de Abril as pessoas teriam de deslocar-se ao posto de Alferrarede para levar correspondência registada ou encomendas”, conta a O MIRANTE o presidente da União de Freguesias de Rossio ao Sul do Tejo e São Miguel do Rio Torto, Luís Teixeira Alves confirmando a suspensão dos serviços.
O autarca explicou que os serviços dos CTT, quer no Rossio quer em São Miguel, foram concessionados a uma entidade privada que chegou à conclusão “de que a ela cabia o trabalho e aos CTT os lucros” e por isso decidiu encerrar. Criticando a privatização dos Correios, sendo uma empresa que presta serviço público, Luís Alves garante que a empresa paga abaixo do custo de exploração.
Idosos são os principais prejudicados
Após 9 de Maio, se a solução encontrada pelos CTT não se confirmar, os residentes em Rossio ao Sul do Tejo terão de se deslocar a Alferrarede ou a Abrantes para utilizarem os serviços dos correios. “Vai ser complicado, nomeadamente para receber as reformas, e estamos a falar de muitos idosos”, assegura o autarca.
Essa é também a preocupação da presidente da Junta do Pego. “Temos de garantir o serviço às pessoas e se não for assegurado vamos reclamar”, garante, admitindo que a maior preocupação do executivo pegacho prende-se com “as pessoas idosas que vão aos CTT levantar as reformas, pagar a água e a luz e muitas não têm meios para se deslocar” para fora do Pego.
A autarca descarta a possibilidade de os serviços dos CTT serem assegurados pela junta de freguesia. “Fora de questão! Temos apenas uma administrativa que não pode fazer o trabalho dos CTT. E não podemos contratar uma pessoa para aquele serviço. Quem é que lhe pagava?”, questiona Maria Florinda Salgueiro.