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Na história do FC Alverca o orgulho e a tristeza andam de braço dado

Na história do FC Alverca o orgulho e a tristeza andam de braço dado

Antigas glórias participaram em jogo solidário para ajudar associações da terra. Clube apresentou o plantel para a próxima época e promoveu um jogo solidário das antigas glórias para ajudar associações da terra. O MIRANTE falou com dois ex-jogadores para um olhar cruzado sobre o passado e futuro do único clube do concelho de Vila Franca de Xira que ascendeu à primeira liga de futebol.

A história do Futebol Clube de Alverca (FCA) dava um filme com todos os ingredientes que captam espectadores: suor, drama, conquista, orgulho, tristeza e ambição. Agora, com o centro de estágios à vista, a perspectiva é que possa voltar a brilhar como no passado, já que se tratou do único clube do concelho de Vila Franca de Xira que esteve no patamar maior do futebol nacional, a primeira liga.
O clube apresentou o seu plantel sénior para esta temporada (ver caixa) e promoveu também um jogo solidário com as antigas estrelas do clube para angariar alimentos e bens para os bombeiros da terra e para a associação Companheiros da Noite.
O MIRANTE falou com dois ex-jogadores, um natural do concelho e que cresceu com o clube, e outro que chegou a Alverca e nunca mais esqueceu a terra.
“Nasci em Vila Franca de Xira e vivo perto de Alhandra. O Alverca foi um clube muito importante para mim. Quando aqui cheguei o campo tinha uma bancada de ferro com taipais, era muito modesto”, recorda Nelson Veríssimo, 40 anos. Esteve sete épocas no clube e jogou mais de 190 jogos com a camisola azul e vermelha. Actualmente é treinador-adjunto da equipa B do Benfica.
“É perfeitamente possível que o Alverca volte a estar nesses patamares de antigamente mas para que isso aconteça não é preciso só boa vontade, é preciso investimento e capacidade de atrair esse investimento. Nada é impossível mas tem de haver um crescimento sustentado e as coisas serem feitas aos poucos”, alerta Veríssimo.
Quem também não esquece o clube é Rui Borges, 43 anos, que nas épocas ao serviço do Alverca jogou 127 jogos e marcou 12 golos. Vive na Trofa, é director desportivo e está desempregado. “Guardo as melhores memórias possíveis. O Alverca foi o clube mais importante na minha formação como futebolista profissional. Na altura tinha jogado dois anos na Segunda Liga pelo Boavista e o Alverca acreditou em mim quando subiu à Primeira Liga. Passei quatro anos ininterruptos na Primeira Liga, onde isso permitiu que me afirmasse como atleta da primeira divisão e tivemos momentos fantásticos, ganhámos ao Sporting, Benfica, Guimarães e Braga. Levámos o nome de Alverca ao país todo”, recorda.
Rui Borges não tem dúvidas em dizer que a passagem do clube pela Primeira Liga “elevou a auto-estima da cidade” e diz ainda guardar com carinho a camisola do clube. “Foi uma grande tristeza ver o Alverca a cair. A actual direcção tem feito um grande esforço para o revitalizar e tem conseguido. Os clubes normalmente chegam a isto devido a políticas de má gestão. Alguns até já acabaram, como o Estrela da Amadora. Espero que o Alverca continue a ser bem gerido, com rigor e sem um passo maior que a perna”, refere.
Para Rui Borges a culpa da situação actual não pode ser apenas imputada a Luís Filipe Vieira. “Também foi ele que colocou o clube na Primeira Liga por isso não se pode só ver as coisas menos boas”, nota.
Para o jogo das antigas estrelas foi anunciada a presença de Deco e Mantorras mas nenhum deles esteve presente, para desagrado dos muitos espectadores que foram ao estádio. Também houve quem lamentasse a ausência de Nandinho que, na época 98/99, marcou três golos ao Sporting em Alverca e permitiu a vitória do clube ribatejano. Das antigas estrelas marcaram presença Ramires, Rui Borges, José Soares, Ernesto, Diogo Luís, Nelson Morais, Vargas, Manú, Paulo Santos, Veríssimo, Pedro Mileu, Filipe Falardo e Adolfo Soares.

Nelson Veríssimo e o seu filho, Diogo

Clube apresentou-se com uma vitória

A equipa sénior do Futebol Clube de Alverca, que milita no segundo escalão da Associação de Futebol de Lisboa e vai atacar o Pró-Nacional, apresentou-se aos sócios com uma vitória por 1-0 frente ao Alta de Lisboa. Integram o plantel para a próxima época os guarda-redes André Cotovio e Carlos Gomes (ex-Carregado); os defesas Diogo Costa, Rui Jacob, Rafael Castanheira, Hugo Nunes, Francisco Fernandes, Beto (ex-Tojal), Hugo Grilo (ex-Oriental) e Trinca (ex-Casa Pia); os médios Joni, Roger Milla, Diogo Calisto, Pedro Santos, Tiago Teixeira, Francisco Aguilar (ex-Mafra) e David Botelho (ex-Operário de Lisboa); e os avançados Elvis (ex-Lourinhanense), Nuno Montron (ex-Ericeirense), Zeca (ex-Cacém), Semedo (ex-Carregado) e Bitó (ex-Vilafranquense). A equipa é treinada por António Trindade (Tópê) que tem como adjuntos Paulo Prazeres e Pedro Capucha.

Rui Borges
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