Somos um país onde há pessoas e instituições com estatuto de intocáveis
As notícias de dinheiro mal gasto numa associação de apoio a pessoas com doenças raras e o facto de o caso ter sido falado nos meios de comunicação na sequência de denúncias e não de fiscalização dos dinheiros públicos para lá canalizados, veio reforçar a minha convicção de que há muito dinheiro público, ou seja, dinheiro dos nossos impostos que anda a ser esbanjado sem controle.
Tem que se perder a mania que muita gente tem de que há instituições e pessoas intocáveis. Que não podem ser escrutinadas. Já dei por mim irritado por ver sertos dirigentes de bombeiros, por exemplo, abespinharem-se quando alguém os interroga sobre a forma como é gasto o dinheiro das associações que gerem, muito do qual resulta de subsídios de entidades públicas.
O argumento é sempre o mesmo. Como se ousa lançar suspeitas sobre os heróis que salvam vidas e bens?! O problema é que o que está em causa não é o heroísmo dos bombeiros mas a gestão das associações, o que são coisas completamente diferentes.
E o mesmo se passa com outras instituições que, fazendo um trabalho meritório e muitas vezes exemplar, esbanjam recursos que não deveriam esbanjar. Os cidadãos têm o direito de saber onde é gasto o dinheiro dos impostos que são obrigados a pagar. Quem se irrita com esse direito que temos deve mudar-se para países totalitários. Aqui queremos ter uma democracia e já bastam as opções erradas de certos investimentos públicos para derreter dinheiro que não temos.
Hélder Franco
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