Moradores de São João da Ribeira queixam-se de canil no meio da aldeia
Ruído e maus cheiros perturbam o sossego de quem vive na vizinhança. Câmara de Rio Maior está a avaliar a situação. Associação que gere o canil garante que está tudo legal.
A Câmara Municipal de Rio Maior está a fazer um levantamento para apurar se o canil que pertence à Associação Amigos dos Animais de Rio Maior, localizado em São João da Ribeira, está a funcionar dentro dos parâmetros legais. A análise está a ser feita na sequência de queixas apresentadas por moradores dessa localidade, admitiu o vice-presidente da autarquia, Filipe Santana Dias.
As queixas prendem-se com o facto de o canil estar localizado próximo de uma zona residencial, o que faz com que os moradores não consigam ter descanso por causa do ruído produzido pelos animais, principalmente durante a noite. O cheiro proveniente do local também tem sido objecto de queixa.
O presidente da Junta de Freguesia de São João da Ribeira, Leandro Jorge, lamenta a quantidade de queixas que lhe têm chegado às mãos, devido à localização do canil, e lamenta nada poder fazer acerca das mesmas a não ser encaminhá-las para a Câmara Municipal de Rio Maior, para que sejam tomadas as devidas medidas.
“Os moradores queixam-se da proximidade do canil em relação à igreja e ao cemitério. O barulho dos cães a ladrar causa um grande transtorno quando há um funeral”, explica o autarca. Leandro Jorge faz questão de salientar que não está contra a associação, considerando que a mesma desenvolve um trabalho meritório e tem um papel muito importante, “mas não estamos contentes com a sua localização”.
Associação diz que está tudo legal
Contactada por O MIRANTE, a presidente da Associação Amigos dos Animais de Rio Maior, Luísa Romão, admitiu ter conhecimento das queixas garantindo que tudo tem feito, mesmo antes das mesmas, para que o canil não perturbe os moradores daquela localidade. Para esse efeito mandou montar um conjunto de lonas, colocou painéis anti-ruído e materiais isolantes nos telhados das boxes.
Luísa Romão fez ainda questão de salientar que a associação está legalmente constituída e acrescenta que o canil é “alvo de avaliações e inspecções periódicas por parte das entidades com competência para o efeito, nomeadamente Câmara Municipal de Rio Maior, GNR/SEPNA, Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, entre outras”.
O MIRANTE foi até São João da Ribeira para verificar a situação e percebeu que a realidade do canil é bem diferente daquela que a Associação Amigos dos Animais de Rio Maior descreveu. Assim que se chega à zona é possível ouvir os latidos dos cães assim como sentir o forte cheiro proveniente do pequeno canil. Foram colocadas lonas na vedação mas os seus efeitos limitam-se a impedir que os cães sejam capazes de ver o exterior.
A Associação Amigos dos Animais de Rio Maior, fundada em 2014, alberga neste momento cerca de 30 animais, recolhidos na área de Rio Maior e de zonas circundantes e que depois de devidamente tratados entram em processo de adopção.