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Javalis começam a ser praga às portas de Vila Franca de Xira
foto DR - ABATE. Caçadores estão a ser autorizados a caçar javalis para controlar a praga

Javalis começam a ser praga às portas de Vila Franca de Xira

Caçadores estão a ser autorizados pelos serviços veterinários a realizar montadas. Animais destroem culturas, matam outros animais e causam acidentes de viação. Muitas vezes são também portadores de tuberculose.

As populações de javalis estão a aumentar todos os dias e a aproximar-se das cidades, vilas e aldeias do concelho de Vila Franca de Xira, à semelhança do que já acontece no resto do país, causando danos agrícolas e acidentes de viação, atacando outros animais e ameaçando transmitir doenças perigosas aos humanos, como a tuberculose. Por esse motivo vários grupos de caçadores da região estão a ser autorizados pelos serviços veterinários regionais a realizar montadas naquele território para caçar e controlar a população desses animais.
Uma das primeiras montadas deste ano aconteceu no dia 6 de Janeiro, pela mão dos caçadores das Quintas, Castanheira do Ribatejo, que lançaram uma caçada que permitiu apanhar nove animais, o mais pesado com quase 110 quilos. Outras montadas se seguirão nos próximos meses a cargo de outros grupos de caçadores. Apesar da situação na região não ser crítica, as autoridades querem manter a população de javalis sob controlo. As populações destes animais estão a aproximar-se dos centros urbanos em busca de comida fácil, água e abrigo.
A Direcção Geral de Alimentação e Veterinária revela no seu estudo anual que sete por cento dos javalis abatidos entre 2011 e 2016 no território nacional eram portadores de tuberculose e no último mês de Dezembro essa entidade, juntamente com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, anunciou o reforço da vigilância epidemiológica das populações de javalis no país.
A ideia é reduzir o potencial impacto dos problemas sanitários destes animais em humanos, especialmente na tuberculose. Mas também nas pestes suínas clássica, africana e doença de Aujeszky, estas últimas só afectando os animais. Actualmente não existe obrigatoriedade das montadas serem acompanhadas por um médico veterinário, embora a sua presença seja importante para despistar potenciais casos de tuberculose que possa ser transmitida aos humanos.
A lei que está em vigor refere que, no mínimo, um dos caçadores do grupo deve ter conhecimentos das doenças das espécies para ser capaz de identificar problemas de saúde nos animais caçados.

Acidente com javali na A1 demorou uma década a resolver
Foram precisos mais de dez anos de luta na justiça para que os pais de Sandra Luís, uma jovem de Santarém, conseguissem que alguém respondesse pela falha de segurança que permitiu que um javali se atravessasse na Auto-Estrada do Norte (A1), na zona do Carregado, e provocasse o despiste da viatura onde seguia a jovem de 28 anos, que morreu no local. O acidente aconteceu em Novembro de 1999 e quase só dez anos depois teve uma conclusão. Em primeiro julgamento o tribunal de Alenquer considerou que a Brisa, concessionária daquela via, omitira os seus deveres de garantir a segurança de circulação na via, “nomeadamente através da construção de vedações que não permitissem a entrada na via de animais de grande porte”, como é o caso dos javalis. O javali introduziu-se na via por uma abertura na rede exterior, que foi tapada no dia seguinte ao acidente. Houve ainda uma tentativa de culpar o carro que seguia atrás de Sandra pelas lesões do acidente mas o relatório do Instituto de Medicina Legal mostrou o contrário. A Brisa ainda recorreu da decisão mas acabou condenada nas instâncias superiores. Até porque, notou o tribunal, dias antes do fatídico acidente já tinha havido outro acidente com um javali, precisamente no mesmo local..

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