Uma vida ao serviço do associativismo de Vialonga
O Movimento Associativo da Freguesia de Vialonga celebrou 11 anos de vida e O MIRANTE aproveitou para falar com Francisco Bordalo, dirigente dessa plataforma e um homem que tem dado muito do seu tempo a essa causa. “Fiz muitos sacrifícios mas quando nos dedicamos a isto é para levar até ao fim”, diz.
“É uma maluquice ser dirigente associativo”. Foi este o mote que marcou o 11º aniversário do Movimento Associativo da Freguesia de Vialonga (MAFV), celebrado no dia 17 de Janeiro, no salão nobre da Junta de Freguesia de Vialonga. Composto pelas 21 associações e colectividades de Vialonga, o MAFV funciona como uma plataforma de ajuda ao movimento associativo, contando na sua estrutura com vários dirigentes “muito antigos” que colocam a sua experiência à disposição de todas as associações que precisem.
Francisco Bordalo é um desses dirigentes. Aos 73 anos este antigo distribuidor de cerveja leva mais de 30 anos a trabalhar em associações da freguesia. Esteve 12 anos na direcção do Grupo Desportivo de Vialonga, 10 anos na Associação de Dadores de Sangue de Vialonga, e mais recentemente aventurou-se na direcção da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Vialonga, ao mesmo tempo que dirige a MAFV. Por onde passou fez de tudo um pouco, desde conduzir as carrinhas dos juvenis e dos juniores para os jogos ao domingo de manhã, a meter mãos à obra para construir a nova sede dos Dadores de Sangue. “Fiz muitos sacrifícios, mas quando nos dedicamos a isto é para levar até ao fim”, explicou a O MIRANTE.
Apesar do orgulho em todo o trabalho realizado, reconhece que a mulher foi a maior sacrificada e é com alguma mágoa que fala dos muitos fim-de-semanas em que a deixou sozinha em casa, ou das discussões que tinha depois de um dia inteiro a construir prateleiras na sede dos Dadores de Sangue. “Eu sei que muitas vezes ela tem razão, mas ela sabe como sou e as coisas têm de ser feitas”, desabafa.
Francisco Bordalo acredita que qualquer um é capaz de desempenhar funções de dirigente associativo, bastando para isso “ter vontade”. No entanto, admite que a grande maioria dos dirigentes actuais só está nas associações para beneficiar do estatuto e já não se preocupam em fazer crescer a associação e melhorar as condições para todos os associados. Encontrou alguns desses exemplos nas direcções por onde passou e para esses arranjou sempre forma de “dar uma lição pedagógica”. “Quando estava no GDV tinha uns dirigentes que só queriam o cartão para ir ver o futebol de graça. Um dia virei-me para o porteiro e disse para lhes tirar o cartão, foi remédio santo”, contou.
Enquanto presidente do MAFV, coube a Francisco Bordalo ser o anfitrião de uma cerimónia que contou com um apontamento musical do grupo de flautas da Orquestra de Vialonga e com o tradicional bolo do aniversário. Apesar do momento ser de celebração, o MAFV não quis deixar de prestar homenagem às vítimas mortais do incidente acontecido na Associação Recreativa de Vila Nova da Rainha, em Tondela, cumprindo um minuto de silêncio.