“Poluição do Alviela afasta as pessoas e empresas de Pernes”
Presidente da junta de freguesia considera que é necessária vontade política para continuar o combate pela despoluição do rio.
O presidente da Junta de Freguesia de Pernes, Luís Emílio Duarte (PS), lamenta que a poluição do rio Alviela tenha contribuído e continue a contribuir para dar mau nome a Pernes e a afastar as pessoas e as empresas de se fixarem na terra. O autarca diz a O MIRANTE que é necessária vontade política para continuar a despoluir o Alviela, um dos afluentes do Tejo.
“No último fim-de-semana fui dar um passeio ao Mouchão de Pernes e fiquei muito contente por ver várias famílias a usufruir do parque e de todo o espaço”, afirma Luís Duarte. Um quadro que se vê só quando não há sinais de poluição no rio, por isso o presidente da junta defende o combate à poluição como uma prioridade. “Depois é preciso promover a terra e tentar atrair investimentos, para que as pessoas voltem a querer viver aqui, porque temos uma terra bem localizada e com muitos atractivos naturais”, defende.
Luís Duarte adianta que se não houvesse este fantasma da poluição a pairar sobre Pernes, haveria mais pessoas e empresas a querer instalar-se na terra. “Pontualmente aparecem sinais de poluição no rio e não podemos ficar calados. Temos de exigir fiscalização por parte das autoridades e a responsabilização de quem polui”, sustenta o autarca.
A Assembleia de Freguesia de Pernes, concelho de Santarém, entregou ao ministro do Ambiente uma moção em que exige soluções para a poluição do Alviela, causada em grande parte pela indústria de curtumes sediada no concelho vizinho de Alcanena.
A autarquia adianta que vai pedir uma reunião às Câmaras de Alcanena e Santarém para debater o problema das descargas poluentes, que se tornam evidentes na localidade sempre que o caudal do rio sobe devido à chuva.
No texto, aprovado na assembleia de freguesia extraordinária de 20 de Março, é lembrado o histórico de poluição do rio Alviela pela indústria de curtumes e de como a população se mobilizou ao longo do tempo para a combater. Não obstante a construção da ETAR de Alcanena, nem todas as fontes poluentes foram ligadas ao sistema, refere-se.
Assim, “sempre que, em tempo de chuvas, há um aumento do caudal, o mesmo se faz acompanhar por descargas poluentes, nomeadamente da indústria de curtumes que provocam elevados índices de poluição bem visíveis na Ribeira de Pernes”, afirma. A assembleia de freguesia reclama a conclusão do sistema de despoluição do Alviela e a implementação de um plano de recuperação da bacia do rio.