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Brasileiros compram Bella Guarda e querem sem-abrigos fora do espaço
Novos donos querem concluir edifício que está expectante há mais de uma década

Brasileiros compram Bella Guarda e querem sem-abrigos fora do espaço

Investimento de 4,5 milhões de euros promete reabilitar urbanização inacabada. Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira assegura que as pessoas não serão despejadas “à força” e que os serviços sociais estão atentos e a acompanhar a situação.

Cerca de uma dezena e meia de pessoas sem abrigo, que residem ilegalmente no esqueleto de ferro e betão do condomínio inacabado da Bella Guarda, em Vila Franca de Xira, vão ter de abandonar o local nos próximos meses. A exigência é feita pelos novos donos do espaço que querem começar a desenvolver os procedimentos para concluir a construção daquele que será o maior condomínio de luxo do concelho.
O grupo brasileiro comprou a urbanização à Bolsimo, fundo imobiliário do grupo Montepio, por 4,5 milhões de euros. O negócio foi confirmado esta semana pelo presidente do município de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), que já veio garantir que ninguém será “despejado à força” mas que a oportunidade de dinamização daquele espaço exige que a câmara “encontre soluções” para quem ali vive.
Muitos dos ocupantes são provenientes da antiga fábrica do arroz da cidade, que foi demolida para dar lugar à Fábrica das Palavras, e os serviços sociais estão a acompanhar o caso. “Há um investidor disponível para acabar o projecto e temos de aproveitar essa oportunidade de reabilitar os prédios e depois encontrar solução para as pessoas que ali vivem. Mas nem tudo é fácil, há situações de carácter social em que as pessoas não querem uma resposta habitacional, querem continuar a vida na rua. E teremos de procurar uma solução”, explica o autarca.
A urbanização está abandonada há uma década e fica situada numa encosta em frente à auto-estrada do norte (A1), entre a rua António Lúcio Baptista e a Escola Secundária Alves Redol. Na última Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira o prémio concelho foi atribuído precisamente ao fotojornalista vilafranquense Bruno Colaço, que acompanhou durante vários meses os moradores daqueles prédios e retratou o seu dia-a-dia.
O prédio tem uma área residencial de cinco mil metros quadrados e é composto por 75 habitações, 74 arrecadações e 151 estacionamentos em cave. O projecto previa a construção de piscina, mini-golf, zonas verdes e um parque infantil, que não chegaram a ser feitos. A construção da Bella Guarda foi deixada a meio devido à falência das Construções Ramalho Couto SA.

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