Espera há três anos por operação ao joelho no Hospital de Santarém
Maria de Lurdes Catita andou a queixar-se durante quatro anos de dores num joelho, até que, três anos depois, um exame detectou que a prótese que tem num joelho estava deslocada. Vive há sete anos cheia de dores e condicionada na sua mobilidade.
Maria de Lurdes Catita está há cerca de três anos à espera de uma cirurgia no Hospital Distrital de Santarém (HDS) para reparar a prótese que tem no joelho esquerdo e que, segundo exame médico, se encontra deslocada. A reformada de 75 anos foi operada para colocação da prótese no joelho esquerdo no dia 28 de Fevereiro de 2011 no HDS. Depois da operação seguiram-se algumas sessões de fisioterapia. “As dores nunca passaram mas disseram-me sempre que era normal. Têm sido anos muito complicados. Deixei de poder sair de casa como gostava e passo horas na cama por causa das dores”, refere Lurdes Catita a O MIRANTE.
Nos quatro anos seguintes à operação a senhora dirigiu-se diversas vezes às urgências do HDS. “Limitavam-se a dar-me medicação, que me fez muito mal ao estômago, e a fazerem-me raio-x que era sempre inconclusivo”, diz. Cansada de ver a sua mãe sofrer, a filha de Lurdes Catita exigiu que o médico mandasse fazer um exame especifico e mais completo ao joelho. “Só depois de me terem feito uma centigrafia óssea, em Agosto de 2015, é que o médico percebeu que a minha prótese estava deslocada, saiu do sítio e por isso tenho tantas dores”, explica a doente.
Depois do resultado desse exame, Maria de Lurdes recebeu uma carta do HDS, datada de Setembro de 2015, a informar que a doente estava inscrita em lista de espera. “Escreveram na carta que a partir daquele momento o hospital assumia o compromisso de me operar no prazo máximo de espera de nove meses. Disseram-me que se não me operassem nesse prazo eu seria operada noutra instituição hospitalar. O problema é que já passaram três anos e ainda não fui operada”, conta.
A neta de Maria de Lurdes, Maria Fronteira, que tem acompanhado a avó neste processo, explica que após ter ido ao HDS reclamar por a sua avó não ser operada lhe explicaram que não teria hipótese de ser operada no prazo de nove meses. “Explicaram-nos que as cirurgias noutras unidades de saúde que tenham acordos com o Ministério da Saúde só funcionam para primeiras cirurgias. Como esta cirurgia da minha avó já é uma segunda operação dizem que não tem direito a esse vale para ser operada noutra unidade de saúde. E com tudo isto a minha avó está há sete anos a sofrer com dores e o seu problema não é resolvido, o que lhe limita muito a sua mobilidade. Custa-me muito ver a minha avó, que era uma pessoa cheia de vida e energia, a estar parada em casa”, lamenta.
Maria Fronteira refere ainda que está há mais de dois meses a tentar marcar uma reunião com a directora clínica do HDS para tentar resolver o problema da sua avó mas até agora foi impossível ter essa reunião.
O MIRANTE contactou o conselho de administração do HDS para obter mais esclarecimentos sobre o assunto mas até ao fecho desta edição não obteve qualquer resposta.