A Câmara de Torres Novas é um dos 22 municípios que aderiram ao estudo do Índice de Sustentabilidade Municipal que está a ser elaborado por investigadores da Universidade Católica Portuguesa (UCP). José Fidalgo, um dos coordenadores desse estudo a cargo do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP-Local), da UCP, explicou durante a apresentação do Índice de Sustentabilidade Municipal, que o objectivo é medir o cumprimento, a nível local, dos objectivos para o desenvolvimento sustentável e contribuir para mudar comportamentos.
No seminário “Territórios Sustentáveis – cultura de cidadania, de participação activa e de responsabilidade partilhada”, que decorreu na tarde de quinta-feira, 14 de Junho, no Teatro Virgínia, em Torres Novas, o CESOP-Local apresentou uma versão preliminar do Índice de Sustentabilidade Municipal (ISM) que está a construir com 22 municípios e que quer alargar, “idealmente”, até aos 35. Fidalgo referiu que esperam, com este estudo, compreender melhor as pessoas e prepará-las para uma cidadania activa.
O presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira (PS), disse a O MIRANTE
que esta iniciativa é de extrema importância para a orientação política e para as autarquias definirem estratégias e prioridades. “Existem 17 pontos que a Organização das Nações Unidas procura que a população mundial atinja até 2030 por isso se seguirmos as directrizes mundiais, o município de Torres Novas vai ter um desenvolvimento mais sustentado e correcto porque estamos a fazer o que é pedido para que haja um desenvolvimento mais sustentável. É um projecto muito importante para a nossa região e também para o país”, sublinhou.
Jorge Cerol, coordenador do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião CESOP-Local, da Universidade Católica, disse que a análise a nível local do cumprimento dos indicadores e metas subjacentes aos Objectivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) aprovados em 2015 pela Assembleia Geral das Nações Unidas tem “muito mais impacto e muito mais oportunidade de começar a gerar alterações comportamentais”.
“Nós queremos disponibilizar dados para perceber onde é que as pessoas devem intervir mais, também no sentido de alterar comportamentos”, disse Jorge Cerol, salientando ser expectável que os municípios possam melhorar o seu desempenho e, “por integração dessas pequenas actividades que se possam fazer no sentido da melhoria”, o país “possa sair também beneficiado”.
O trabalho iniciado há pouco mais de um ano permitiu a identificação de 97 indicadores relativos a 61 metas dos ODS. Os primeiros resultados obtidos, num índice que vai passar ainda por uma aferição junto da população, apontam para uma média de desempenho da ordem dos 58,6%, sendo a área social a mais positiva e a económica a mais baixa.
Os ODS apontam para metas como a erradicação da pobreza; erradicação da fome; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de género; água potável e saneamento; energia acessível e limpa; trabalho decente e crescimento económico; indústria, inovação e infraestruturas; redução das desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis; acção contra a mudança global do clima; vida na água; vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; parcerias e meios de implementação.