Na última reunião de câmara de Santarém falava-se de natalidade, ou melhor na falta dela, em Santarém e no país, quando o presidente do município, Ricardo Gonçalves (PSD), defendeu que é necessária uma estratégia nacional para resolver um problema que não é ultrapassável com medidas avulsas e desgarradas. O autarca embalou no discurso e, por alguns minutos, quem chegasse à sala de reuniões e não conhecesse a sua filiação partidária poderia pensar que estava a ouvir o líder da Intersindical Arménio Carlos ou outro empedernido comunista, daqueles que acreditam mesmo nos amanhãs que cantam. Ricardo Gonçalves referiu que o apoio à maternidade podia ser melhor e que os cinco meses de licença de parto são curtos; considerou que “há que mudar mentalidades” no país e criticou a “política de baixos salários” e de trabalho precário como factores inibidores da reprodução, admitindo pelo meio ter a noção que parecia um militante de esquerda a falar. E parecia mesmo! Por este andar, ainda é convidado de honra na próxima Festa do Avante!