Os vereadores do PSD na Câmara do Entroncamento desunharam-se a anunciar uma iniciativa sua em forma de melão...perdão... de moção, onde reclamam do Governo o alargamento do passe social de Lisboa até ao Entroncamento para que quem anda diariamente de comboio entre as duas cidades e tem que pagar com língua de palmo porque não é ferroviário nem família directa de ferroviário, nem estudante, nem menor de 25 anos , nem maior de 65 anos, nem está abrangido pelos muitos outros descontos que já são atribuídos a gente sortuda, pague menos.
Apesar da iniciativa ser uma cópia daquela que os deputados daquele partido eleitos pelo círculo eleitoral de Santarém divulgaram há dias, não creio que os bravos vereadores municipais, Jaime Ramos e José Baptista sejam alvo de nenhuma acusação de plágio por parte dos mesmos, até porque o que está em causa não é nenhum êxito do Tony Carreira.
Já quanto ao deputado Carlos Matias do Bloco de Esquerda, que há mais de quinze anos inventou a primeira moção a reclamar o passe social até à terra dos fenómenos, já não digo nada. É que uma coisa é sermos plagiados por camarigueiros (contorção... ou contracção de camaradas, amigos e companheiros, inventada por Herman José) e outra por adversários políticos a dar para o cor de laranja.
Em Julho de 2009, quando foi ao Entroncamento apresentar a “Estratégia de Desenvolvimento 2020 e Plano de Acção 2013”, o professor Augusto Mateus passou uma tarde inteira a dizer a Jaime Ramos (que era presidente da câmara na altura e agora é apenas um dos vereadores da moção do passe social) que quando lhe perguntassem de onde ele era, dissesse sempre que era de Lisboa, porque o Entroncamento fica mais perto de Lisboa que algumas terreolas francesas que apesar de tudo dizem que são Paris.
Mas ele, ou porque pensou que o doutor estava a brincar, ou por teimosia, continuou a dizer, com aquele orgulho muito próprio dos bons paroquianos, que era da terra dos fenómenos... e pimba, a minoria dos sem descontos na CP continua também sem passe social. E bem caro que custou ao erário público o concelho do mestre Mateus. Foram aí uns 65 mil ou mais deitados ao lixo!
Por falar em comboios, não percebo porque anda tanta gente a protestar por a CP enfiar os passageiros que já viajavam apertados em duas carruagens, numa só? Por um lado defendem-se as tradições mas assim que a empresa recupera a velha tradição de amontoar passageiros como sardinhas em lata, começa logo o berreiro. Mas afinal querem tradição ou inovação?! Decidam-se de uma vez por todas, caramba! Decidam-se, que isto assim é que não pode ser.
O Partido Ecologista Os Verdes pediu ao Governo a abolição das portagens na A1 entre Alverca do Ribatejo e Vila Franca de Xira. Não sei se o pedido é ecológico porque com portagens à borla deve haver mais poluição. Mas quem sou eu para ensinar ecologia aos Verdes. Se calhar querem afastar os carros da Estrada Nacional 10 para salvar as formigas que habitam por aquelas bandas.
O mistério que referes no teu último e-mail do tal cheque de três mil e tal euros passado em 2003 para apoiar as vítimas dos incêndios de Santarém, que nunca saiu da gaveta do ex-presidente da câmara, Rui Barreiro e que foi agora encontrado, deixou-me a pensar.
Se o cheque não foi entregue ao Governo Civil e se os membros da Assembleia Municipal não receberam as senhas de presença naquele valor porque tinham decidido doar o dinheiro, o que vai acontecer agora uma vez que os Governos Civis foram extintos? Sabes se vai haver algum sorteio para atribuir a massa? E será que podemos concorrer? Quando houver novidades avisa...meu bom amigo.
Saudações monetárias
Manuel Serra d’Aire