Helena Afonso Tó
Terapeuta, Gabinete Ganesh, 31 anos, Golegã
Costuma fazer habitualmente a separação dos lixos domésticos? Separo os lixos para reciclagem. É o mínimo que podemos fazer. Sou contra o desperdício e entristece-me profundamente o estado em que se encontra o nosso planeta. Afinal que mundo vamos deixar aos nossos filhos?
Era capaz de se tornar vegetariana? Não era capaz de me tornar vegetariana. Sou um bom garfo e gosto muito da nossa comida ribatejana.
Quando viaja prefere que meio de transporte? Comboio e metro. E gosto de passear pelo campo de bicicleta e contemplar a natureza.
Costuma dar dinheiro a mendigos na rua? Sim, dificilmente consigo ficar indiferente. Se não for dinheiro dou comida. Nunca se sabe o dia de amanhã, a vida dá muitas voltas. Sinto que fiz a boa acção do dia e que posso ter ajudado a tornar aquele dia um pouco diferente a alguém.
Costuma dar a vez a pessoas mais idosas na fila do supermercado? Claro. No supermercado e não só, devemos-lhes todo o respeito. Um dia também teremos aquela idade.
Acha que o sistema de justiça funciona em Portugal? Porquê? Funciona em prol do criminoso e de jogos de interesses. Enoja-me e envergonha-me a “justiça” do meu país.
O que punha a funcionar na sua terra que não existe? Porquê? A Golegã merece mais postos de trabalho. Os seus habitantes merecem mais e somente o melhor. É a capital do cavalo mas não podemos pensar só nos cavalos e numa feira que acontece uma vez no ano, enquanto os seus habitantes cá estão 365 dias. Quem cá vive o ano inteiro precisa de melhores condições, mais comércio tradicional, rendas de habitações/espaços comerciais mais baixos, valores de IMI mais baixos. Mais espaços e actividades de lazer. Temos de assegurar a qualidade de vida para os mais velhos e oportunidades para os mais jovens.
O Facebook e as outras redes sociais melhoraram a sua vida? As redes sociais não melhoraram a minha vida. Estamos cada vez mais distantes neste mundo global. Mas não sou hipócrita, as redes sociais são viciantes e eu uso-as bastante a nível de trabalho, para estabelecer contactos na minha área e trocar conhecimentos. E também para reencontrar amigos.
Gosta mais do campo ou da cidade? Do campo, já vivi temporariamente em Castelo Branco e em Lisboa mas nada como o campo, as nossas raízes, a nossa casinha. “Reenergizar-me” na natureza não tem preço.
Qual é o seu truque para manter a calma perante um imprevisto? Respirar fundo três vezes e seguir a minha intuição. Penso que o nosso instinto nos orienta sempre. Às vezes bem, outras não tanto mas a vida é feita de aprendizagens.
Do que é que sente mais saudades? Dos meus avós. Era uma casa cheia, nós sete juntos. Há vazios insubstituíveis.
Qual foi a melhor viagem (ou passeio) que fez até hoje? Paris. Porque sempre sonhei viajar até lá e senti-me completamente em casa. É uma cidade apaixonante. Nada como um passeio nos bateaux-mouches pelo Sena, à noite, na cidade da luz.
Gosta de comemorar o seu aniversário? Qual o melhor presente que já recebeu? E o mais divertido? Sim, gosto. Houve uma fase que nem por isso, mas voltei a gostar tal como uma criança. É sinal que não deixei morrer a criança que há em mim mas então o Natal… sou pior que os miúdos! O melhor presente que recebi foi o bolo do 30º aniversário, uma obra prima feita pela Vera (os bolos da Vera em Torres Novas), que tinha um pedestal no qual estava sentada Ganesh. A prenda de anos mais divertida foi a minha primeira bicicleta.
Qual o seu prato preferido de bacalhau? O mais simples. Bacalhau cozido, temperado de azeite, pimenta e coentros, acompanhado de grelos e grão.
O Mundo vai ter que falar mandarim ou os chineses é que vão passar a falar inglês? Penso que se manterá o padrão actual, o inglês, embora note que cada vez mais há curiosidade em aprender mandarim.
Quantos verdadeiros amigos acha que tem? Dois. O meu pai e a minha mãe.
Fazem falta mais mulheres na política? Fazem falta mais mulheres na política mas fazem ainda mais falta políticos que não sejam corruptos e que sejam democratas.
Qual a sua actividade preferida? A única que me completa e preenche por completo, o trabalho. Ser terapeuta, cuidar de quem de mim precisa.
Qual a tradição que nunca podemos deixar morrer? O Fado.