Inovação e consensos são cruciais para futuro taurino de Vila Franca de Xira
Presidente da junta de freguesia da sede de concelho lança bases para reflexão. O autarca diz que o tempo é de estratégia e que nunca foi tão relevante como agora conciliar emoção com razão, numa altura em que o Parlamento discute se o IVA a cobrar nas praças de toiros será ou não igual ao dos restantes espectáculos culturais.
A identidade taurina vilafranquense precisa de inovação e de processos de diálogo construtivos, entre os diversos intervenientes, que possam produzir consensos para dar um futuro à tradição tauromáquica da cidade e do concelho. A ideia é defendida pelo presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, João Santos (PS), num artigo de opinião publicado na semana passada nas redes sociais, que lança as bases para uma reflexão em torno da identidade tauromáquica vilafranquense.
O autarca escreve que o tempo é de estratégia e que nunca foi tão relevante como agora conciliar emoção com razão. Isto também numa altura em que no Parlamento se debate se os espectáculos tauromáquicos devem ou não ser taxados com IVA a seis por cento, como está previsto para os restantes espectáculos culturais.
“Observando os dados publicados recentemente pela Inspeção-Geral das Actividades Culturais, o número de espectadores nas praças de toiros diminuiu, em nove anos, aproximadamente 50%, de 698.142 (2008) para 377.952 (2017) espectadores. A conclusão a que devem chegar, de forma muito pragmática e lógica, todos aqueles que não querem contribuir para o ‘desaparecimento’ de Vila Franca de Xira, é de que em 2026 o número total de espectadores nas praças será igual a 150 mil, ou seja, pouco mais do que o suficiente para encher dois estádios de futebol”, nota.
O autarca vinca que a negação desta conclusão será mais um contributo para a tendência a que se vem assistindo. “A realidade actual, dura e exigente, deve ser encarada com pragmatismo. A dimensão do problema não dispensa racionalidade e estratégia”, defende.
Por isso, João Santos entende que o desafio só pode ser ultrapassado com inovação, tornando os costumes e tradições vilafranquenses mais sustentáveis no tempo e robustos, recorrendo à ampliação da base de apoio e adesão. “Para o atingimento deste desígnio estão todos os vilafranquenses convocados. Os que gostam da actividade tauromáquica, os que se opõem e os que sentem indiferença relativamente à actividade tauromáquica”, defende. Tornar mais visível a actividade dos toureiros e colocá-los no patamar dos artistas ou desportistas de relevo mundial, associado à ampliação do investimento privado no sector, seriam algumas das ideias.