Presidente da Câmara da Chamusca boicotou Centro de Dia da Parreira
Direcção da instituição demite-se em protesto contra falsas promessas e entraves de funcionárias. Desde que Paulo Queimado foi eleito presidente que a câmara deixou de dar um cêntimo ao Centro de Dia da Parreira, revela o presidente demissionário da instituição, salientando que este fez falsas promessas com motivações políticas.
Foi com a justificação de falta de apoio do presidente da Câmara da Chamusca, Paulo Queimado, com promessas que nunca cumpriu, associada ao boicote de um grupo de funcionários, que a direcção do Centro de Dia da Parreira se demitiu. Os elementos apresentaram na assembleia-geral de votação do orçamento para 2019 as cartas de demissão, a cerca de um mês da marcação de eleições, um ano depois de terem sido “enxovalhados” por associados que os queriam obrigar a saírem dos cargos, mas que nunca mais tiveram acções de contestação.
O presidente Manuel António, empresário da terra, justifica que não se demitiu quando foi “enxovalhado” na assembleia de 2017 porque queria deixar a instituição com todos os projectos concluídos e sem dívidas. Só estão por liquidar as facturas de fornecedores dos últimos 30 a 40 dias. A direcção conseguiu colocar a casa da fisioterapia a funcionar, sem a comparticipação financeira que Paulo Queimado prometeu e nunca deu.
O presidente demissionário conta que o autarca deu-lhe a garantia que a câmara iria pagar uma máquina de fisioterapia que acabou por ser paga com muito esforço da instituição e com a ajuda de empresários da zona, enquanto o autarca da Chamusca se escondeu no silêncio, deixando de responder às cartas do centro de dia. Manuel António diz que o autarca também tinha assegurado apoiar a construção de um muro de delimitação do terreno da instituição, mas depois nunca mais passou cartão à direcção do centro de dia.
O dirigente associativo, há cerca de uma década à frente da instituição, conta que a partir da entrada do socialista Paulo Queimado na presidência da Câmara da Chamusca, que esta nunca mais colaborou com o centro de dia, ao contrário do que acontecia antes. Uma situação que Manuel António diz ter motivações políticas, provavelmente por ter sido presidente de junta pelo PSD durante oito anos e por ter sido empurrado pelo ex-presidente da câmara, Sérgio Carrinho, da CDU, para assumir a instituição que em 2008 estava a braços com avultadas dívidas. A situação financeira na altura colocava em risco o projecto do lar, que entretanto foi construído e está a funcionar. Manuel António revela que deu uma casa sua de garantia a um empréstimo para concluir a obra.
Motivações e interesses políticos
Manuel António diz que os problemas tiveram início quando começou a arrumar a casa e a pedir a colaboração das funcionárias, “que ganhavam há anos o salário mínimo e que fomos nós que as reclassificámos e as metemos a ganhar mais, segundo as suas categorias”, refere. Com a inauguração do lar era necessário reajustar horários, mas um grupo de funcionárias, conta o dirigente, “recusou-se sempre a fazer noites ou fins-de-semana”. O que obrigou a instituição a contratar mais gente do que era necessário. “Quando fazemos acções de angariação de fundos são muito poucas as funcionárias que se disponibilizam para colaborar”.
“Sei que houve umas pessoas do Partido Socialista que foram a outra instituição de solidariedade social do concelho da Chamusca para saberem como é que podiam correr comigo”, conta Manuel António a O MIRANTE, realçando que sempre se deslocou no seu carro e com o seu dinheiro para todas as situações que envolvem a instituição. As eleições ainda não estavam marcadas na altura em que fechou esta edição.