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Atendimento complementar da Póvoa reabriu para o Inverno mas sem garantias de continuar
SAC da Póvoa de Santa Iria tem agora 10 vagas por dia para atender doentes urgentes

Atendimento complementar da Póvoa reabriu para o Inverno mas sem garantias de continuar

O MIRANTE acompanhou a primeira noite em que o serviço reabriu portas à população.

O Serviço de Atendimento Complementar (SAC) do Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria reabriu na noite de segunda-feira, 7 de Janeiro, para servir de alternativa às urgências do hospital a todos os doentes que sofram de doença aguda. Mas não há a certeza de vir a continuar aberto depois de finalizado o plano de contingência contra a gripe que está em curso. Isto depois do encerramento daquele serviço, em Agosto de 2018, ter gerado bastantes protestos por parte de moradores e eleitos locais, incluindo do presidente da Câmara de Vila Franca de Xira.
“Não sabemos ainda se será para permanecer aberto o ano inteiro porque tendo em conta que na unidade da Póvoa criámos a Unidade de Saúde Familiar Reynaldo dos Santos, que veio abranger quase 15 mil utentes que não tinham médico de família, deixou de se justificar o atendimento complementar, porque a maioria dos utentes já tem médico de família”, explica a directora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Estuário do Tejo, Maria do Céu Canhão.
A responsável nota a O MIRANTE que em Alverca existe um atendimento complementar que funciona nos dias úteis das 20h00 às 22h00 durante todo o ano, incluindo sábados, domingos e feriados das 09h00 às 13h00, com três médicos ao serviço que dão celeridade ao atendimento e são uma importante alternativa às urgências do hospital. “Ainda assim vamos avaliar e analisar conforme formos monitorizando a situação, para ver se justifica ou não manter o SAC aberto. Para já vai ficar aberto, enquanto estivermos neste plano de contingência”, refere.
O SAC da Póvoa reabriu perante o aumento significativo de utentes que têm recorrido às urgências do Hospital Vila Franca de Xira. O objectivo é permitir dar resposta aos utentes de Vialonga, Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa. Ao serviço no SAC da Póvoa, nos dias úteis das 20h00 às 22h00, estão um médico, um enfermeiro e um administrativo. Por dia estão disponíveis 10 vagas, acessíveis a todos os utentes, incluindo os que não têm médico de família ou que sejam provenientes de outras localidades.
“O principal objectivo é que os utentes recorram ao SAC para a doença aguda, em vez de recorrerem ao hospital. Queremos que os utentes tenham aqui a resposta que precisam. Ainda assim os utentes devem ligar sempre primeiro para a linha saúde 24 [808 24 24 24] para se aconselhar sobre os tratamentos que podem realizar e se devem ou não sair de casa”, explica Maria do Céu Canhão.

Utentes elogiam reabertura sem sobressaltos
Na noite de reabertura do SAC da Póvoa de Santa Iria o ambiente foi calmo. O atendimento é feito no primeiro andar do edifício. Os corredores vazios são ocupados por funcionárias da limpeza. A sala de espera é pequena mas suficiente para a dezena de utentes que se espera vir a receber todas as noites. Enquanto O MIRANTE esteve no serviço ninguém ligou de urgência ou apareceu a tentar ser atendido. Quem estava chegou quase uma hora antes para assegurar vaga. A maioria com sintomas de gripe e um casal com uma criança que optou por evitar a confusão das urgências de pediatria do hospital.
João Ramos, de 20 anos, veio do Forte da Casa porque o centro de saúde daquela vila não tem este serviço. Elogia a decisão de reabertura e nota que é um espaço “mais calmo” que o hospital, sendo que como há “menos gente” há também menos probabilidade de se contraírem doenças. “Ter fechado é que foi mau porque este serviço era muito importante e dava uma ajuda ao hospital”, conta.
O médico de serviço atendeu cinco utentes na primeira hora e continua a chamar gente da sala de espera logo depois das 21h00. A única televisão do espaço mostra o número das senhas, mas no SAC de pouco valem porque o médico chama os utentes pelo nome.
Ana Mendes, da Póvoa, veio acompanhar a mãe, Delfina Machado, e considera que o reforço do atendimento é sempre positivo, apesar de lamentar que haja “muita falta de consultas” naquele centro de saúde. “Para se marcar consulta às vezes passamos três horas ao telefone e não conseguimos. Este serviço é importante mas não substitui as outras consultas, que servem para aviar receitas”, lamenta Delfina Machado.
Ana Sobral, do Casal da Serra, elogia a reabertura porque, considera, “estamos muito mal servidos” de atendimento clínico. Por isso, diz, a situação “alivia um bocado” os utentes, evitando que se desloquem para o hospital e fiquem lá “umas oito ou dez horas à espera para serem atendidos”, em particular nesta altura do ano com o pico de gripe.

Atendimento complementar da Póvoa reabriu para o Inverno mas sem garantias de continuar

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