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“Não há bolos difíceis mas os clientes são cada vez mais exigentes”
Sónia Prates foi sempre uma criança independente e com mãos para a doçaria

“Não há bolos difíceis mas os clientes são cada vez mais exigentes”

Sónia Prates, 34 anos, é gerente da pastelaria Doce Saudade em Torres Novas. O gosto pela culinária já vinha desde criança. Sónia Prates ainda foi professora do 1º ciclo mas decidiu dedicar-se aos bolos e criar o seu próprio negócio. E não está arrependida.

Sónia Prates, 34 anos, em pequena já gostava de meter as mãos na massa na cozinha e ganhar o seu próprio dinheiro fazendo vendas de garagem. Talvez seja por isso que, quando parou de dar aulas no 1.º ciclo do ensino básico, decidiu começar a fazer bolinhos e, mais tarde, abrir o seu negócio na área do cake design. Actualmente a gerir a pastelaria Doce Saudade, em Torres Novas, a jovem passa os dias entre bolos, pastas de açúcar e rolos da massa.
Nascida em Winnipeg, no Canadá, e criada em Vila Moreira, concelho de Alcanena, Sónia Prates sempre teve mãos para a doçaria. Apoio foi o que nunca faltou à jovem por parte dos pais, ligados aos curtumes. “Os meus pais sempre foram muito criativos e com jeito para o negócio e fui beber um pouco desse gosto”, confessa a empresária, recordando que, quando era criança já fazia bolinhos e recolhia as revistas da Teleculinária da mãe para vender aos vizinhos.
Frequentou a Escola Secundária de Alcanena até que chegou a hora de ingressar no ensino superior. Foi aí que decidiu seguir a via do ensino. “Sempre gostei de crianças e, por isso, não tive dúvidas de escolher o curso”, explica a jovem que se formou em Educação Básica em Castelo Branco. Ainda exerceu durante oito anos como professora nas cidades do Porto, Lisboa e margem sul da capital, mas uma paragem na actividade docente fez com que se iniciasse na área do cake design. “Primeiro comecei a fazer gratuitamente biscoitos para o meu marido levar para os colegas. Depois surgiram as primeiras encomendas dos bolinhos e, mais tarde, dos bolos personalizados”, conta.
Casada e sem filhos, Sónia Prates passa os seus dias na cozinha a confeccionar bolos personalizados e biscoitos, a atender o público ao balcão e em frente ao computador a organizar encomendas e tirar dúvidas aos seus clientes. “Durante a semana há pouco movimento, mas aos fins-de-semana é de loucos. Chego muitas vezes a entrar às 7h00 na sexta-feira e só sair da loja pelas 18h00 de sábado. É muito exaustivo, mas sempre gostei de garantir os bolos o mais frescos possível”, confessa.
A trabalhar há já alguns anos na área do cake design, confeccionando bolos para aniversários e casamentos, são muitas as histórias que Sónia Prates guarda carinhosamente no seu baú de memórias. “Há dois anos encomendaram um bolo de dois andares para levar a Torres Vedras. Dessa vez apanhámos de tudo, desde um acidente a travagens bruscas. Quando cheguei ao cliente e entreguei o bolo até as minhas mãos tremiam por todo o lado”, confessa a jovem.
Outra peripécia, adianta, foi também há dois anos. “Fiz um bolo de casamento de muitos andares, mas como estávamos no Verão, na curta viagem que fiz a transportar o bolo, a pasta de açúcar começou a derreter e fiquei muito chateada”, lembra, referindo que, agora, para evitar a mesma situação, combina com antecipação para ter um espaço no local da festa para montar os bolos.
Sónia Prates não tem dúvidas que o cake design está cada vez mais na moda e a culpa é não só da exigência das crianças, que querem ter bolos de aniversários iguais aos amigos, como dos pais, que não querem defraudar as expectativas dos filhos. “Não há bolos difíceis, há clientes cada vez mais exigentes”, afirma a jovem, garantindo que os hipermercados aproveitam-se disso para vender os produtos e instrumentos para fazer bolos ao dobro do preço das lojas especializadas. “O problema é que ainda há muito a ideia de que ao comprar nas grandes superfícies poupa-se tempo e dinheiro mas não é o que acontece. Muitas vezes o comércio local vende mais barato e com melhor qualidade”, admite a jovem.

“Não há bolos difíceis mas os clientes são cada vez mais exigentes”

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