Sem haver uma estratégia nacional para o desenvolvimento do interior do país a maioria das câmaras municipais tenta, melhor ou pior e através dos seus próprios meios, atrair empresas e fixar população. A tarefa não é fácil e por vezes os autarcas revelam alguma ansiedade face às opções dos investidores. Em Tomar, no início do mês, a vereadora Célia Bonet do PSD, mostrou-se desanimada com o facto de os únicos concorrentes à compra da antiga Fábrica de Papel do Prado, serem apenas “sucateiros”, cujo objectivo não é revitalizar mas desmantelar e defendeu que o município deve “lutar sem tréguas” para impedir a concretização de tais intenções. Insistindo na recuperação da fábrica e afirmando que há estudos que apontam para a viabilidade da mesma, a autarca da oposição disse à presidente, Anabela Freitas (PS) para não baixar os braços, embora não tenha pormenorizado aquilo que poderia ser feito para agarrar um empresário ou grupo empresarial não sucateiro. Como os investidores não abundam e as ofertas que lhes propõem, parecidas com a da antiga fábrica de Tomar, são imensas e como, para complicar, os governos têm fechado serviços que fixavam população e aplicado medidas de fixação de população activa nas grandes cidades, como a da redução substancial dos preços dos passes sociais, a tarefa não parece nada fácil.