Ministério Público acusa Rosa Grilo de homicídio do marido e quer retirar-lhe herança
Acusação diz que a viúva e o suposto amante, António Joaquim, planearam tirar a vida a Luís Grilo, mediante o uso de arma de fogo. Estão acusados de homicídio agravado, profanação de cadáver e detenção de arma proibida.
O Ministério Público (MP) acusou formalmente esta segunda-feira, 25 de Março, Rosa Grilo e António Joaquim do homicídio do empresário e triatleta Luís Grilo, marido da arguida, morto em Julho de 2018 com recurso a arma de fogo. Presos preventivamente há seis meses, a viúva e o seu suposto amante foram também acusados de profanação de cadáver e detenção de arma proibida. O MP requereu ainda que o julgamento contra os dois arguidos se realize em tribunal colectivo, composto por quatro jurados e três juízes.
Rosa Grilo fica sujeita a uma “pena acessória de declaração de indignidade sucessória”, ou seja, impedida de ter acesso à herança do marido Luís Grilo, que era “titular de diversos seguros e proprietário de diversos bens”. O MP entendeu que os seguros avaliados em mais de meio milhão de euros poderão estar na origem do crime. Recorde-se que, para além do seguro da casa, outros dois seguros de vida foram feitos pouco antes da morte do triatleta e empresário.
Para António Joaquim, o MP requer que fique suspenso do exercício das suas funções de oficial de justiça. Foi ainda deduzido um “pedido de indeminização civil”, para o menor de 13 anos, filho de Rosa e Luís Grilo.
“No essencial está indiciado que a arguida, casada com a vítima, iniciou relacionamento amoroso extraconjugal com o coarguido, tendo ambos combinado e planeado tirar a vida” a Luís Grilo, “mediante o uso de arma de fogo”. Segundo o MP, o crime terá ocorrido a 15 de Julho, no interior da residência do casal, nas Cachoeiras. Depois do homicídio, “os arguidos transportaram o cadáver da vítima para um caminho de terra batida, distante da residência, onde o abandonaram”, lê-se no site da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.
Família Grilo vê acusação sem surpresa
“Era o que se estava à espera, não estamos nada surpreendidos com a acusação. A única coisa que queremos é que seja feita justiça e tudo indica que foi ela (Rosa Grilo) que o matou”, diz Sandra Grilo, sobrinha do triatleta a O MIRANTE. Recorde-se que quando a investigação da PJ começou a apontar para o envolvimento de Rosa Grilo na morte do marido, a família do triatleta metia as mãos no fogo por ela. Opinião que se reverteu após a detenção da arguida, a 26 de Setembro e que, segundo Sandra Grilo, “não mudou desde aí”.
Américo Pina defende a filha
Após ser conhecida a acusação, o pai de Rosa Grilo, Américo Pina, refere a
O MIRANTE que “ainda não há nada em concreto” e que acredita na versão que a filha contou em tribunal: “Estou pelo que ela disse, que foram os angolanos. Até provarem exactamente como tudo aconteceu, não há certezas que foi ela”.