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Terrenos da Cimianto vão ser descontaminados mas futuro permanece incerto
Cimianto tem novos donos que terão de descontaminar o espaço

Terrenos da Cimianto vão ser descontaminados mas futuro permanece incerto

Passivo ambiental não é igual em todas as zonas da antiga fábrica. Empresa parou a produção em 2009 e abriu insolvência em 2011 com dívidas de 10 milhões de euros. Firma ligada ao tratamento de resíduos comprou o espaço mas ainda não disse que uso lhe vai dar.

Vai custar perto de 1,5 milhões de euros a descontaminação do antigo espaço da fábrica da Cimianto, em Alhandra, empresa que produzia telhas de fibrocimento, um material à base de amianto, substância considerada perigosa e cancerígena.
O valor é avançado num estudo encomendado pelo município de Vila Franca de Xira onde constam três opções de intervenção visando a descontaminação do espaço, que vão desde os 280 mil euros aos 1,5 milhões. A opção mais barata passa por realizar apenas uma fito-estabilização dos resíduos, estando em cima da mesa uma outra solução a rondar os 400 mil euros e que permitirá uma impermeabilização dos solos e drenagem dos resíduos que ali existem, alguns deles enterrados até aos níveis freáticos.
A solução mais cara diz respeito à remoção completa de todos os resíduos. O terreno tem um novo dono, uma empresa ligada ao ramo do tratamento de resíduos, e por isso o presidente do município, Alberto Mesquita, diz estar a acompanhar com atenção as intervenções que ali vão ser feitas. E admite a O MIRANTE que poderão ser realizadas as três opções em simultâneo.
“O novo proprietário conhece estes estudos. Há três soluções mas provavelmente as três vão ser seguidas. Há zonas que estão pouco poluídas e não têm problemas de maior. Mas outras têm alguns problemas e têm de ter uma opção menos conservadora na retirada dos resíduos que estão ali enterrados”, explica.
O autarca tem marcada para breve uma reunião com o empresário para perceber o que este pretende fazer naquele espaço. O Plano Director Municipal estipula que aquela zona apenas possa receber instalações fabris ou de uso colectivo. “Estamos a falar de uma empresa que é conhecedora deste tipo de actividades (tratamento de solos), tem experiência e vai encontrar a solução mais adequada e mais rápida. O perímetro da Cimianto está a ser limpo, desmatado e os entulhos estão a sair. Segue-se depois a fase de descontaminação dos solos. Acredito que se encontrou uma solução interessante”, refere.
A Cimianto parou a produção de telhas e outros materiais de fibrocimento para a construção civil em Maio de 2009. Na altura acumulava dívidas de 10 milhões de euros. Seguiu-se um atribulado plano de viabilização, onde o então presidente do conselho de administração pretendeu vender à Câmara de Vila Franca de Xira três hectares de terreno da empresa para salvar a fábrica mas o negócio não se concretizou por falta de acordo e os credores continuaram a pressionar a empresa.
O agravar da crise económica e a contracção do mercado da construção deu o golpe de misericórdia na empresa, que acabaria por entrar em insolvência no final de 2011, despedindo os seus 85 trabalhadores. A Cimianto foi fundada em Setembro de 1942.

Terrenos da Cimianto vão ser descontaminados mas futuro permanece incerto

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