O sector dos curtumes atravessa um período de abrandamento, muito devido à retracção da indústria da moda que, por consequência, estagnou a internacionalização de alguns produtos. Os empresários contam que 2019 seja um ano que contrarie esta tendência e voltem aos anos áureos de 2015 e 2017. Nesse período o sector cresceu 5% ao nível da criação de novas empresas e 15% nas exportações, contribuindo para a criação de postos de trabalho em cerca de 3%.
Os dados do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e Inovação (IAPMEI) foram divulgados durante a quarta edição da Expopele, uma iniciativa da Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes (APIC), que decorreu nos dias 11 e 12 de Abril, no Museu do Curtume, em Alcanena.
Nuno Carvalho, presidente da APIC, defende que as perspectivas para 2019 são optimistas e defende uma discussão “séria” sobre a autenticidade do couro. “É muito importante que as pessoas saibam distinguir o que estão a comprar e é na qualidade do produto que queremos continuar a debater, nomeadamente na certificação na indústria dos curtumes”, realçou.
Inovar, competir e internacionalizar foram as palavras de ordem nesta iniciativa conjunta da APIC, do Centro Tecnológico das Indústrias do Couro (CTIC), da Associação Empresarial de Torres Novas, Entroncamento, Alcanena e Golegã e da Câmara de Alcanena.
A iniciativa teve por objectivo, pelo quarto ano consecutivo, dar notoriedade à indústria de curtumes portuguesa e a toda a fileira da pele e do couro, contribuindo para a divulgação das marcas “Alcanena Capital da Pele” e “Leather from Portugal” e do projecto “PT Leather InDesign”.
Nesta quarta edição foram apresentadas as tendências Outono/Inverno num desfile de moda da “PT Leather InDesign 2020”, um projecto de design do couro inovador, desenvolvido ao longo de quase dois anos, pelo Cluster do Couro Português, que terminou nesta edição da Expopele 2019.