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Bom senso precisa-se!

Vi no domingo a habitual rábula televisiva de Ricardo Araújo Pereira, desta vez sobre os critérios de selecção para a carreira de guarda-florestal, e confesso que me ri como há muito não acontecia com o desempenho de um humorista. Com o talento que lhe é reconhecido, o comediante parodiou de tal forma a situação que fiquei com curiosidade em consultar o tal aviso do concurso onde estão estabelecidos os quesitos, ou melhor, as condicionantes físicas, que vedam o acesso a essa profissão.
Ao longo de uma boa meia dúzia de páginas ficamos a saber que pessoas com pavilhões auriculares sobredimensionados (vulgo orelhas de abano), com hemorróidas volumosas, com micoses ou com acne que coloque em causa o seu bom aspecto, entre várias outras pérolas, estão à partida excluídas de ir guardar as florestas à conta do Estado, o que levanta várias questões.
Uma delas é confirmar se aquilo não se trata de uma partida de Carnaval tardia ou de um documento assinado a 1 de Abril, ou seja, se não é apenas uma grande brincadeira de gosto duvidoso. Não sendo, então é caso para perguntar se, para outras carreiras da função pública, há critérios de selecção semelhantes. Uma recepcionista, que é o rosto de uma repartição, pode ter acne? Um motorista, que passa grande parte da vida sentado, pode ter hemorróidas? Um careca, que não pode ser guarda-florestal, pode seguir que carreiras no Estado? Tal como em muitos outros casos neste país, o Estado deu um exemplo de falta de bom senso atroz. A esta triagem só faltou impor as medidas corporais aos candidatos e candidatas tipo 86-60-86.
José C. Reis

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