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Incentivar o “borlismo” e a ganância dos borlistas é um mau princípio e dá maus resultados

As pessoas que, segundo o presidente da Junta da União de Freguesias da Cidade de Santarém, Carlos Marçal, insultaram o autarca e funcionários, por não terem conseguido um dos 77 bilhetes gratuitos para uma tourada, que aquela autarquia tinha para dar, são um exemplo de um certo país que andamos sempre a tentar esconder mas que, quanto mais escondemos mais cresce.
É o país dos borlistas, dos chico-espertos e dos egoístas, que pensam que têm apenas direitos e que esses direitos são todos os direitos do mundo e só a eles pertencem. Os deveres de urbanidade, educação e respeito pelos outros são desconhecidos dessa gente.
Mas há neste caso algo que também tem que ser combatido. Atirar rebuçados para o meio de miúdos ficando a ver os empurrões que eles vão dando uns aos outros para agarrar algum, ia envergonhar quem o faz. Se a Câmara de Santarém quer apoiar a tauromaquia, contribua para as despesas da organização de touradas e em troca exija bilhetes mais baratos. Afinal é isso e faz em relação aos espectáculos que ela própria organiza.
Quando um artista vai ao Teatro Sá da Bandeira a Câmara de Santarém vende bilhetes a um preço mais barato que venderia um particular e suporta a diferença entre o custo e a receita como forma de apoiar a cultura. Não anda a distribuir entradas gratuitas através das Juntas de Freguesia.
Por outro lado, pelo menos para mim, as entradas gratuitas são uma forma de desvalorizar os artistas e os espectáculo e não ajudam a criar públicos. Antes pelo contrário.
Fernando de Carvalho

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