Gatil e canil incomoda moradores em Seiça
Cidadãos queixam-se dos maus cheiros e do barulho produzidos pelos animais
A Casota Comunitária – Associação de Protecção de Animais Errantes de Ourém, que utiliza como gatil e canil a antiga escola da Tacoaria, em Seiça, concelho de Ourém, vai ficar sem o espaço onde alberga cerca de dez cães e 20 gatos em Julho. O protocolo de cedência do edifício celebrado com a Câmara de Ourém termina a 25 de Julho e o município decidiu não renovar o acordo uma vez que os vizinhos queixam-se do mau cheiro e barulho, sobretudo durante a noite.
Além disso, o protocolo só previa um gatil e a utilização parcial das instalações. Ana Marques, da Casota Comunitária, foi à última reunião de câmara entregar um abaixo-assinado com 655 assinaturas, onde pede apoio financeiro para poder continuar a ajudar os animais uma vez que a associação não tem local para onde mudar os gatos e cães.
O presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque (PSD/CDS), referiu que o município vai avançar com um protocolo de apoio à associação para as suas despesas e manifestou-se disponível para ajudar a encontrar uma solução alternativa para as instalações, mencionando que as actuais são desadequadas.
O presidente da Junta de Freguesia de Seiça, Custódio Henriques, esteve presente na reunião de câmara, tendo-se mostrado satisfeito por haver uma solução para o problema que tem prejudicado os munícipes que vivem perto da antiga escola. “Os moradores não querem que se mate os animais, apenas que sejam mudados para um local mais apropriado”, sublinhou o autarca.
Albuquerque reuniu uma primeira vez com a responsável da Casota Comunitária, que lhe disse que iria adquirir um novo espaço. No entanto, tal não chegou a acontecer e a associação começou a apelar nas redes sociais para encontrar um espaço. Na sua página na rede social Facebook, a Casota Comunitária explica que é a única associação de protecção animal no concelho de Ourém e que nos últimos três anos esterilizou mais de um milhar de animais.
“Criamos parcerias médico-veterinárias para prestação de cuidados veterinários aos animais errantes, assim como para esterilizações e vacinações. Recolhemos animais errantes ou vítimas de maus tratos e abandono; entregamos 20 animais para adopção responsável, devidamente chipados e vacinados”, pode ler-se na página da Casota Comunitária.
A associação apela ao município para que lhe seja concedida uma verba anual para apoio aos animais. Explicam ainda que recolheram cães, apesar do protocolo estabelecer que o espaço seria apenas para gatos, por ausência de alternativa. “Alguns até foram lá deixados”, refere a responsável da associação.