O Hospital Vila Franca de Xira (HVFX) tem sido um farol para todas as outras instituições hospitalares do país e isso só tem sido possível graças a uma gestão de topo atenta às necessidades dos profissionais de saúde. O elogio foi deixado na manhã de sexta-feira, 12 de Abril, por Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) no auditório do HVFX, durante a iniciativa “Caminho dos Hospitais”.
Com esse evento a associação está a percorrer os hospitais do país visando criar uma maior proximidade com a comunidade de saúde, diagnosticando problemas e dando a conhecer boas práticas. Em Vila Franca de Xira, a visita coincidiu com o facto de ter sido a primeira unidade do país, visitada pela APAH, que é gerida em regime de parceria público privada, no caso, pela José de Mello Saúde.
“Queremos reconhecer os bons gestores, como é o caso dos profissionais do HVFX. Sabemos que os hospitais de parceria público-privada têm muito boas práticas para partilhar e todo o sistema de saúde pode aprender com elas. O Hospital Vila Franca de Xira tem demonstrado ser um farol para todas as outras instituições hospitalares no que diz respeito à boa gestão e a ter boas iniciativas”, destacou Alexandre Lourenço.
O dirigente falava perante uma plateia de quase três dezenas de pessoas, entre profissionais de saúde, dirigentes associativos e forças vivas da comunidade, incluindo Vasco Luís de Mello, presidente do conselho de administração do hospital e Pedro Bastos, da comissão executiva. “Só com medidas de gestão e colaboração com os profissionais de saúde conseguiram duplicar a actividade cirúrgica no velho hospital. Isso só dá nota da capacidade de gestão e da importância que é ter gestores profissionais para melhorar a capacidade do Serviço Nacional de Saúde. A nossa obrigação é melhorar o acesso dos doentes aos serviços, com qualidade, e isso foi garantido”, elogiou.

Dois projectos que fazem a diferença
A sessão ficou marcada pela apresentação de dois projectos do hospital que têm feito a diferença na comunidade médica e, em particular, nos utentes que são servidos pelo hospital. José Neves, infecciologista, deu nota da importância de ser reduzido o consumo de antibióticos no combate às infecções hospitalares.
Dos dados avançados, para os diferentes tipos de antibióticos, o consumo foi reduzido entre 2015 e 2018 entre os 25 e os 87 por cento. A maior redução, de 87 por cento, foi registada na Ciprofloxacina, antibiótico utilizado em adultos para tratar vários tipos de infecções, incluindo do trato respiratório.
Já Patrícia Nascimento, enfermeira chefe do serviço de pediatria apresentou um projecto de transição segura para a comunidade de utentes com diabetes infantil. Este ano o HVFX acudiu a cinco casos desta doença e a média ronda os 7 utentes por ano. O tempo médio de resposta, entre a primeira abordagem nos centros de saúde e o atendimento hospitalar, a estas crianças ronda as 48 horas.