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Uma empreendedora por natureza que já correu muito mundo
foto DR Sara Elias é professora e investigadora na Peter B. Gustavson School of Business, na Universidade de Victoria, no Canadá

Uma empreendedora por natureza que já correu muito mundo

Sara Elias reside no Canadá, onde é investigadora na área da gestão de empresas e empreendedorismo. A adaptação ao país da América do Norte foi fácil e para tal contribuiu o já ter vivido em três países. O Skype e os produtos nacionais como o papo-seco ou o piripiri ajudam a investigadora de Alverca a matar saudades de Portugal.

Sara Elias vive com o marido em Victoria, British Columbia, no Canadá, onde é, desde 2016, professora auxiliar e investigadora na área da gestão de empresas e empreendedorismo na Peter B. Gustavson School of Business, da Universidade de Victoria. Ali fala-se maioritariamente inglês, mas rodeada de professores e alunos de todo o mundo Sara ouve vários idiomas diariamente. A oportunidade de ir viver para o Canadá surgiu enquanto aluna finalista de doutoramento na Universidade do Missouri, em Columbia, nos Estados Unidos da América (EUA).
“Foi-me feita uma oferta de emprego pela Universidade de Victoria, a qual não poderia recusar”, revela. Poucos meses depois, terminou o doutoramento, fez as malas e mudou de país pela terceira vez. A adaptação foi fácil e Sara está convencida de que para tal contribuiu, além da simpatia dos canadianos, o facto de ser já o quarto país em que mora (depois de Portugal, Bélgica e EUA).
Quando não está a viajar para conferências ou palestras, passa os dias na escola de gestão, onde faz investigação, escreve artigos académicos, reúne via Skype com co-autores dispersos pelo mundo e dá aulas aos alunos da especialização de empreendedorismo. Nos tempos livres gosta de se juntar com os amigos para fazer caminhadas.
Em geral, os canadianos conhecem Portugal, porque o país é mostrado na comunicação social como um destino apelativo, cultural e turisticamente. Os vinhos, a doçaria e a gastronomia são sobejamente conhecidos, assim como as grandes cidades e o Algarve. Existe em Victoria e Vancouver uma grande comunidade portuguesa e, sempre que possível, Sara frequenta eventos organizados por essas comunidades, que geralmente incluem gastronomia portuguesa. “É uma forma de matar saudades”, revela. Também gosta de preparar pratos típicos como bacalhau no forno, chanfana, salada de polvo ou chouriço assado. E de comprar produtos tipicamente portugueses como o papo-seco ou o piripiri.
Sente saudades das terras lusas, de passear pela capital, ir a museus, perder-se pelo jardim da Gulbenkian ou pelos bairros lisboetas. Também sente saudades da Ericeira, das praias e da maresia do fim de tarde. Mas quando o assunto é saudade, a família, que reside em Alverca, surge nos lugares cimeiros a par da “bica” acompanhada por um pastel de nata. Regressa a Portugal uma a duas vezes por ano, e é para onde pensa voltar no futuro, pois é onde está “o coração e as raízes”.
As maiores diferenças que nota em relação a Portugal são a hora do jantar (por volta das 18h00), o custo de vida bastante elevado e a variação das horas no nascer e pôr-do-sol (16 horas de luz no Verão e apenas oito no Inverno).
São muitas as histórias que têm marcado Sara desde que saiu do país, mas as que recorda com maior carinho são as “tournées aventurosas” com a irmã, Ana Elias, em que tocavam mais de 20 concertos de carrilhão em mais de dez estados dos EUA, em dois meses. As viagens a solo com a irmã para a Austrália, Noruega, Nova Zelândia e Rússia, também para tocar carrilhão, fazem parte das “boas memórias”.

Mesmo longe tem o carrilhão por perto
O interesse de Sara Elias pelo carrilhão vem de criança e estudou o instrumento até obter um mestrado. É directora da gestão da CICO - Centro Internacional do Carrilhão e do Órgão, desde 2011, e afirma que tenta fazer a diferença no nosso país, com o pai, Alberto Elias, e irmã, Ana Elias, ao aplicar os conhecimentos adquiridos em Portugal, na Bélgica, nos EUA e no Canadá para promover o Carrilhão LVSITANVS.
Além de fazer parte da equipa fundadora da CICO, é também carrilhanista membro da Guild of Carrillonneurs in North America. Apesar de estar longe, Sara reúne-se semanalmente, via Skype, com os outros directores fundadores da CICO para discutir assuntos relacionados com a associação, com a escola de música e com o LVSITANVS, o carrilhão itinerante sediado em Constância.

Uma empreendedora por natureza que já correu muito mundo

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